29-07-2015 – RELIGIOSIDADE SIM. RÓTULOS NÃO.
Eu nasci no
interior de Minas Gerais, filho de um casal crentes, evangélicos de nascença,
daqueles que acreditavam que o céu e Deus estavam acima das nuvens e que os
"satélites" colocados no espaço, pelo homem, poderiam esbarrar nas
portas do céu e ofender a Deus.
Eu vi crentes
orarem para pedir perdão a Deus pelos Homens estarem lançando veículos no
espaço, na direção Dele, Deus, e, portanto, querendo ser iguais a Deus.
Matriculado
em escola "internato" católico, fui batizado e cresci no convívio com
padres, freiras, catecismos, comunhão, terços, confissões e o inferno na
espreita, tendo o purgatório como uma última e melhor opção. Nesse tempo, vivi
sem o convívio com meus país, ao qual retornaria 5 anos mais tarde, com 12 anos
de idade.
Desde
pequeno, adolescente, divergi muito de certas afirmações religiosas que
ofendiam à lógica e a principal delas era homens serem criados por Deus para
serem mandados, quase todos, para o "inferno". Afirmava, para terror
da minha mãe, que teria sido melhor Deus não criar homens, sabendo que teriam
um destino tão fatídico.
Diante disso,
com a maioridade afastei-me da igreja crente. Levei comigo uma carta de culpa
"enorme" produto de uma lavagem cerebral de mais de 20 anos e vasta
literatura. Nesse passo, decidi que meus filhos não teriam religião
imposta. Assim, casei-me apenas no Registro Civil e não batizei, em
nenhuma igreja, nenhum dos meus filhos.
Quando
questionado pelos meus filhos pelo fato de somente eles não terem
"padrinhos", eu explicava que não os batizara para preservar para
eles o "direito" de escolher suas próprias religiões, depois de
conhecerem e decidirem por sua própria consciência.
Hoje tenho
uma filha que é crente, de uma dessa igrejas novas, uma que segue rito católico
e um filho e uma filha que pendem mais para o lado
filosófico-esotérico-espírita. Estou contente com todos e enfatizo que as
pessoas devem possuir "religiosidade" e não rótulos religiosos.
Eu e minha
mulher, nos tornamos espíritas, após meio século de vida. Nossa posição
espírita é uma posição aberta ao estudo, à filosofia, e às várias formas de
manifestação espiritual. Mesmo no segmento espírita, evitamos rótulos
deste ou daquele "segmento" de manifestação da fé Espírita.
Deus nos
criou livres e ele nos quer livres.
Somos partes
de Deus e estamos numa jornada de aprendizado que nos permitirá ascender ao
convívio do Criador.
A jornada é
infinita, do tamanho dessa eternidade, na qual fomos criados, e pela qual
avançaremos como "principio inteligente", vivendo vidas, criando
nossas realidades e avançando sempre para Deus.
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