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Eusébio, Ceará, Brazil
Nasci no ano de 1940 e sou um velho espírita que vive no Brasil.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

RELACIONAMENTOS DIFÍCEIS - ORAÇÃO PELO DIVÓRCIO.


RELACIONAMENTOS DIFÍCEIS – ORAÇÃO DO DIVÓRCIO

Quando a gente se envolve com uma pessoa e lhe causa mal, ou dela recebe o mal, cria-se uma relação com desequilíbrio de energias a qual necessitará, em algum momento, ser retomada para restaurar aquele equilíbrio. Nenhum débito ficará esquecido. Enquanto isso, ficamos presos àquele  relacionamento pendente de harmonização.

Recentemente, recebi em minha casa um amigo que me relatou seu mau relacionamento com a sogra dele. O papo foi o de sempre: Amo minha esposa e a minha família mas não suporto mais a intervenção da velha em nossa vida.  Já estamos cogitando da dissolução do casamento. Justificou-se, afirmando, que nem o marido e os filhos dela, seus cunhados, a aguentam mais e evitam conversar com ela. 

Mesmo tendo ouvido só a parte dele da história, eu arrisquei um conselho e disse-lhe que nada acontece por acaso. Os que se encontram ao nosso lado são, provavelmente, velhos conhecidos de outras caminhadas, de outras vidas.  Frequentemente, seguimos juntos com algumas pessoas para podermos acertar as falhas nos relacionamentos anteriores. 

Foi fácil para o meu amigo concordar com essa possibilidade e, inclusive, acrescentou: Só pode ser isso! Somos inimigos de outras eras! Eu a trato bem e ela me agride, sempre procurando desestabilizar o meu casamento com a filha dela!

Já não lhe pareceu tão fácil quando eu acrescentei: Não se preocupe de não conseguir viver em paz com a sua sogra, nesta vida atual, Deus sempre dará uma outra chance para que isso aconteça, inclusive, com a possibilidade de ela vir a ser a sua esposa numa próxima vida. Assim, conhecendo-se melhor e mais intimamente talvez venham até a se amar... Foi aí que o meu amigo fez aquela cara de incredulidade: Não é possível que Deus faça isso comigo! 

Eu estava falando sério e nem cogitei de sorrir, embora fosse meio engraçado o desespero dele. Depois de um pouco, ele concluiu: Se é assim, acho melhor fazer as pazes com ela... Vou procurar um jeito de dobrar a fera... 

Ninguém recebe o mal sem merece-lo e nem pratica o mal sem ter que repara-lo.  Nessa relação de agressor e vítima, perante o plano espiritual, não há inocentes... todos os que participaram do ação devem participar da reparação.  A cadeia do mal só estará reparada quando houver o perdão de ambas as partes, inclusive a si próprios, para que não reste culpa de qualquer natureza.

Claro que um possa perdoar - arrepender-se - e liberar-se daquele compromisso, enquanto o outro ainda possa ficar preso no seu débito mas, neste caso, já não vinculará o que já se libertou e, por vontade própria, praticou os atos reparadores.

Para descontrair, relato a história real, muito engraçada, ocorrida entre dois pastores evangélicos. Deixo de mencionar os nomes das pessoas envolvidas por não estar autorizado para isso: 

O Pastor foi procurado por um colega junto com a esposa, este para pedir um aconselhamento sobre o fato de que haviam decidido  dissolver a relação conjugal virtude de não mais se sentirem bem no casamento. O Pastor consultado pediu ao colega que se ajoelhasse para ele fazer a oração do divórcio. Com o amigo ajoelhado o Pastor apoiou bem firme as mão sobre  os ombros do colega e começou a orar assim: 

"Senhor! o Teu filho, aqui ajoelhado, compareceu diante do altar e prometeu amar e cuidar dessa mulher até que a morte os separem. No entanto, Senhor! Ele quer, agora, liberar-se daquele compromisso. Por isso, eu te peço Senhor: MATE-O! Mate-o, senhor, agora! E ele terá cumprido o solene compromisso que assumiu!"

E o Pastor ajoelhado, ouvindo tal oração tentava, desesperadamente, levantar-se e não conseguia, retido pelas mãos do pastor que orava, firmemente apoiada nos seus ombros. E a oração continuava: "LIBERTE-O, Senhor! Pode ser morte por AVC, ataque cardíaco ou outra forma rápida e definitiva...." 

Na tentativa de encerrar aquela inusitada oração, o pastor ajoelhado sinalizou para a esposa que continuariam o casamento. A oração foi encerrada com o agradecimento pela graça alcançada: "OBRIGADO, SENHOR! ALELUIA!".


Convém levar aceitar os compromissos que a vida nos impõe. Pode estar em jogo cumprirmos o carma ou posterga-lo para nova vida, no futuro. Há alguma sabedoria no ditado popular: Nada é tão ruim que não possa piorar.


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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

EU SOU O ESPÍRITO


Eu sou um Espírito e possuo um corpo. Quando eu me refiro ao corpo que possuo, eu o chamo, corretamente, de MEU CORPO. Esse corpo transitório tem nome, RG e CPF, para identifica-lo perante os demais indivíduos e  comunidade a que pertence.

É o Espírito que fala e que pratica todas as ações da vida. Também é o Espírito que pensa e que toma as decisões sobre o que fazer e o que não fazer. 

O corpo é como uma "prótese" que o Espírito usa, neste Planeta, para o fim que desejar, assim como o vestuário é útil e necessário para o uso no corpo.  Não se trata de menosprezar o valor do corpo físico, mas sim, de realçar o seu caráter de ferramenta que é utilizada  pelo Espírito.

Acrescido dos sentidos e percepções trazidos pelo Espírito, o corpo humano se torna esse instrumento fenomenal, capaz de coisas incríveis, mediante o uso de um cérebro que só tem referência em um super supercomputador e que se mostra hábil para superar todas as dificuldades e imprevistos que se lhe oponham para realizar suas tarefas ou desejos.

O Espírito lúcido, munido de um corpo sadio, forma essa unidade maravilhosa que é a pessoa humana. Não se lhe conhece os limites da capacidade, inclusive, admitindo-se que o homem ainda não utiliza nem a metade de todo o seu potencial de inteligência e criatividade.

Se um Espírito habita um corpo com deficiência física ou de inteligência, não é o Espírito que tem aquela deficiência e sim o seu corpo. Após a morte do corpo, o Espírito retomará a sua condição normal de Espírito, havendo superado uma prova limitante de sua capacidade, atraída pelo mau uso das suas faculdades em vida precedente. Seria assim como uma pessoa recolhida a um cárcere por se revelar indigna de viver em liberdade. Tudo para aprendizado e evolução.

O Espírito possui o corpo mas não pode praticar a ação de possuir a si mesmo.

Eu não tenho um Espírito. EU SOU UM ESPÍRITO.


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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O REAL E O IMAGINÁRIO


NÃO IMPORTA SE É REAL OU IMAGINÁRIO!

A nossa mente não diferencia entre o real e o imaginário quando analisa os dados e pensamentos que nela chegam. As lágrimas chegarão aos seus olhos por algo triste que você está vendo ou por algo triste que você está lembrando. Também virão lágrimas iguais por algo alegre que você está vivendo ou por algo alegre que você está lembrando com muita saudade.

Pesquisas foram feitas na área da Neurologia e comprovaram que as mesmas áreas do cérebro são ativadas com um fato triste que ocorre ou com a lembrança daquele fato, posteriormente, ou diante de  um fato similar que se impôs à mente, de forma direcionada. 

O PENSAMENTO CRIA A REALIDADE!

Cria-se amor e felicidade com o simples ato de pensar. Da mesma forma, a raiva e o ressentimento podem ser criados com a mesma força do pensamento.

Quando estamos diante de uma obra de ficção que nos toca os sentimentos, em nós afloram sentimentos verdadeiros por aqueles fatos que nem são reais. Amamos ou odiamos o que estamos lendo ou vendo, como se realidade fosse. 

Se lembramos de alguém com realce para os seus defeitos e vícios, criamos uma atmosfera de rejeição e, se esta pessoa chegasse nesse momento, certamente seria recebida como indesejada ou sua presença seria rejeitada, isto sem nem sequer cogitar que tal pessoa traz a melhor das intenções ou veio nos dar uma boa notícia. A mesma pessoa seria recebida numa atmosfera de muito carinho, se estivéssemos pensando em suas qualidades e virtudes.

Quando pensamos em uma pessoa, estamos enviando para ela os fluídos dos nossos sentimentos daquele momento. A aura daquela pessoa será bombardeada com as energias correspondentes ao teor do nosso pensamento. Se pensamos com alegria ou fazemos uma prece pedindo bênçãos para ela, a aura dessa pessoa estará sendo iluminada com energias de amor, se pensamos com rancor e ressentimento, também a aura dela estará recebendo energias escuras de igual teor, inclusive, atraindo-as de outros portadores dedicados ao mal.

Está claro que as pessoas têm as suas defesas e não estão, exatamente, à mercê de pensamentos alheios que as possam prejudicar, entretanto, nem todos cultivam as defesas necessárias e podem ser atingidas desfavoravelmente. 

Também sabemos que recebemos de volta as energias que criamos.  Ao projetar energias sobre outras pessoas também estaremos recebendo essas mesmas cotas de energias.  Assim, nunca poderemos atrair boas energias para nós se atiramos más energias para os outros.

Assim, até ficam mais claros o ensinamentos de Jesus:"AMAI AOS VOSSOS INIMIGOS E PERDOAI AOS QUE VOS PERSEGUEM"



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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

IR PARA O CÉU


Todos amamos Deus e a Jesus mas, se depender de nós, não temos nenhuma pressa para ir viver no Céu. A verdade é: Todos querem ir pro céu, mas ninguém quer morrer. 

Desejamos obter a felicidade, após a morte, mas queremos que isso só venha a ocorrer quando não houver mais chance de ficar por aqui. Mesmo as pessoas mais religiosas pensam assim. O desejo de ir para o céu é uma esperança para um futuro bem distante. O nosso desejo real é o de aqui permanecer até que a "ida para o céu" se torne uma questão inadiável e irremediável. É normal pensar assim! 

Estamos programados para viver e para evitar tudo que ofenda a saúde e a integridade do corpo, ou seja, somos programados para evitar a morte. Somos programados apenas para viver e para preservar a vida, por isso, um dos maiores instintos que possuímos é o da autopreservação.  

É comum que pessoas de avançada idade, às vezes com doenças terminais, falem de seus planos de vida para quando saírem do hospital. É normal querer viver e não é normal querer morrer.

Renascemos com total esquecimento das nossas vidas passadas. Essa circunstância que nos deixa livres para viver, sem as condicionantes de fatos anteriores, também nos deixa sem as lembranças das belezas e da felicidade de uma possível vida espiritual anterior, muito mais feliz do que essa que estamos vivendo  aqui na Terra. 

São muitos os relatos de Experiência de Quase Morte que relatam momentos de muita paz e tranquilidade que se seguem à morte física do corpo. Quase sempre, as pessoas que passam por essa experiência de EQM, dizem que já não temem mais a morte.  

Estamos encarnados na Terra para enfrentar problemas e dificuldades que precisamos superar e deles obter o aprendizado que ainda nos falta. Se nos lembrássemos de uma vida feliz, no plano espiritual, isso poderia acabar criando depressão ou desestímulo diante do eventual sofrimento. Também uma "fuga da realidade" não seria proveitosa para o fim a que esta vida se propõe.

Todo o esforço, todo o trabalho, todo o sofrimento, toda a dor, são proveitosos para o aprendizado do Espírito.  A lembrança de que veio de um mundo feliz poderia abate-lo diante das situações adversas que precisa enfrentar.

Estamos aqui porque precisamos estar aqui. No entanto, há um mundo feliz aonde iremos chegar todos, um a um, cada um no seu devido tempo.

A meta deve ser: Estar consciente disso e otimizar a caminhada. 

Que Deus nos ajude a darmos sempre os passos certos, naquela direção.



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VIDA - UM CURSO PRÁTICO

Ao receber um corpo físico para viver na Terra, o Espírito estará diante de duas realidades: A realidade física, desse Planeta, e a realidade espiritual, de sua origem. Nesse pequeno lapso de tempo que é a vida terrestre, essas duas realidades influenciarão a vida do Espírito encarnado, até com predominância de uma sobre a outra.

Há pessoas que pretendem viver com foco no aspecto espiritual. Há outras que abrem mão de qualquer sintonia com o lado espiritual e, assim, enfocam a vida pela realidade física. Também há as que tentam um equilíbrio entre as duas realidades.

POUCAS pessoas conseguem fazer predominar, em suas vidas, a natureza espiritual. Irmã Teresa de Calcutá e Mahatma Gandhi, ambos da Índia e, no Irmã Dulce e Chico Xavier, do nosso País, seriam exemplos, entre outros, dessa maneira de viver. Eles demostraram louvável desprendimento dos interesses materiais.

MUITO maior é o número dos que vivem, exclusivamente, focados nos interesse de viver bem, assim considerados, a satisfação pessoal dos desejos imediatos. Entre estes estão os que negam a existência da realidade espiritual e os que, admitindo-a, preferem relegar o pensamento para momento futuro.

Numa quantificação intermediária estaria o grupo de pessoas que já compreenderam que a realidade física é uma época transitória para aprendizado e evolução do Espírito. Aqui se agrupariam todos os que cultivam alguma religiosidade, aceitando que a alma tem por meta de alcançar a felicidade.

Qual dessas realidades - física e espiritual - deve predominar no ação de viver?

O mais importante é a vida física. 

O Espírito não está encarnado por acaso e nem, apenas, para rezar ou lustrar os bancos das igrejas. Ele está aqui para vivenciar as realidades da vida que lhe propiciarão a oportunidade de reparar erros do passado e, ao mesmo tempo, adquirir as virtudes necessária para a sua própria elevação.

Realiza um curso prático de CRESCIMENTO ESPIRITUAL, sob as condições necessárias para o seu evoluir. Sempre um aprendiz: "É a vida... é bonita... é bonita. ... A Beleza de Ser Eterno Aprendiz. (Gonzaguinha).

http://www.youtube.com/watch?v=DUl2qeLBK7w 
(para ouvir a música copia e cole)




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terça-feira, 13 de novembro de 2012

DECISÕES CERTAS OU ERRADAS

Viver impõe tomar decisões!

Quase sempre agimos por interesse, razão ou emoção. Daí resulta que nossas decisões poderiam ser diferentes, conforme o sentimento predominante ou o tempo para pensar e decidir, em cada situação.

Há pessoas que decidem pela razão e outras que decidem pela emoção. Eu, que sou do Signo de Leão, em nosso horóscopo, e do Signo do Dragão, no horóscopo Chinês, estaria classificado no segundo grupo, dos que decidem pela emoção.

E se fôssemos chamados a dizer se nossas decisões, ao longo da vida, foram certas ou erradasNuma análise rápida, logo  concluiríamos que algumas poderiam ter sido melhores ou mais acertadas.

Se tomarmos, por hipótese, um tempo de 50 anos passados na vida de qualquer pessoa, veremos que terão sido vividas as fases da infância, da adolescência, da mocidade e parte da vida adulta. 

No corpo físico, terão surgido as marcas da madurez e, no corpo espiritual, já estarão gravados os momentos vividos com a conotação dos sentimentos e emoções - alegria, tristeza, felicidade ou infelicidade - de cada situação.

Poderá ter ocorrido um casamento feliz, um casamento equivocado ou um casamento de interesse. Empregos, carreiras e formas para equacionar o fator econômico, terão sido os fatos e nuances da vida, nesse período, sempre envolvendo decisões necessárias e prementes.

O que terá sido decisão certa e o que terá sido decisão errada?

Todas as decisões são proveitosas para o Espírito, se certas, por representarem um passo adiante no progresso e, se erradas, pelo ensejo de uma má experiência que traz em seu bojo o aprendizado necessário.

Ninguém sofrerá condenação por exercer o livre arbítrio e, nessa ação, se  equivocar, salvo que o uso da livre vontade criou uma nova ralidade: Nossos atos geraram consequências que teremos que absorver, como forma de  aprendizado e reparação. 

Nesse ensino prático, sem professor, ninguém está refém da total ignorância. Cada ser dispõe de um Guia - Protetor espiritual - cuja a missão é intuir o seu protegido sobre o bem e o mal de cada situação. Além disso, cada ser já traz gravado, na própria consciência, a noção inicial do sentimento do certo e do errado.

Melhor que rotular nossos atos como certos ou errados, seria agrupa-los por mais condizentes ou menos condizentes com o propósito de produzir bem estar, no plano geral e no plano individual.

NOS 50 anos, inicialmente pensados, terão havido encontros e reencontros e, também, vividas situações análogas às de vidas anteriores cujas lições não foram devidamente aproveitadas.

De qualquer forma, a história daquele tempo terá sido escrita e não poderá ser modificada. As decisões que poderiam ser classificadas como certas ou erradas já não importarão mais, a não ser pelos resultados que produziram.

A realidade é uma só: O tempo passa! 

O tempo é uma moeda que está em nossas mãos e cada um a emprega da forma que quiser, isto é, de maneira proveitosa ou não, considerando-se o que se constrói para a vida futura, real e iminente.


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domingo, 11 de novembro de 2012

SE DEUS QUISER !



Desejar algo é a parte mais manifesta da nossa personalidade. 

Todos desejamos alguma coisa. Desde que nascemos, desde os primeiros lamentos, manifestamos nosso o desejo de obter alguma satisfação. 

Quando alcançamos obter ou realizar um desejo, já surge uma nova janela e novos desejo entram por ela. Se temos uma casa, precisamos de uma casa maior. Se temos um carro, queremos outro melhor ou mais novo. Se temos um barco, desejamos um outro bem maior. Parece, efetivamente, que não há limites para o nosso querer.

O desejo se traduz no consumo e este impulsiona a economia. Isso é bom para o País. E, nesse trajeto, insere-se a propaganda, cujo foco principal é alimentar o sonho de  possuir e de consumir de todas as pessoas. Menos mal que os sonhos de consumo resultam no progresso material da humanidade. Por essa alavanca do progresso é que surgem a toda hora os novos inventos e as novas tecnologias, adequadas para atender às novas demandas e necessidades das pessoas.

No final, são os sonhos e  desejos que nos impulsionam para estudar e trabalhar sempre com o fim de alcançar o nosso bem estar pessoal.

Os nossos desejos, no entanto, apesar de salutares, podem se transformar em elos que nos prendam à vida terrena, com prejuízo do progresso espiritual que é a meta do nosso Espírito.

Um projeto inacabado pode prender um espírito ao plano terreno, assim como o desejo de continuar a administrar os seus negócios, após a morte do corpo físico.

O destino da alma é a elevação espiritual e, assim, não é natural e nem conveniente que permaneça presa aos seus projetos e realizações terrenas. A vida no Planeta tem finalidade e programação próprias que devem resultar na  elevação e libertação do Espírito.

O amor à família é outro fator que deve ser entregue à Misericórdia Divina. Um ser amoroso, após o desencarne, pode se transformar em fator de perturbação para o ambiente familiar, caso pretenda continuar a proteger sua família, não estando preparado e admitido para tal encargo.

Também os familiares amorosos podem prejudicar a libertação dos seus entes queridos que partiram, quando, mesmo carinhosamente, os convocam em pensamento, ao invés de endereça-los a que os guie o poder Divino e os conforte em sua nova realidade. 

Nem sempre os melhores desejos levarão aos melhores resultados. É preciso permear nossos desejos com o saber e a Misericórdia de Deus que melhor sabe do que convém a cada um.

Mas o que fazer com os desejos?

Parece-me que o melhor é adotar o saber das pessoas simples do interior, acrescentando aos nossos desejos, com sinceridade, aquela pequena frase que já tanto ouvimos: SE DEUS QUISERou se Deus assim o permitir!




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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O PORQUÊ DA VIDA (Sebastião Sabino)


Esse texto belíssimo está publicado no Blog do Sebastião Sabino, link abaixo, quando se refere à Redação do "MOMENTO ESPÍRITA com base no cap. 1, do livro O porquê da vida, de Léon Denis, ed. Feb.":



http://sebastiaosabino.blogspot.com.br/

"O PORQUÊ DA VIDA

Qual o homem que, nas horas de silêncio e recolhimento, já deixou de interrogar a natureza e o seu próprio coração, pedindo-lhe o segredo das coisas, o porquê da vida, a razão de ser do Universo?
Onde está aquele que jamais procurou conhecer seu destino, levantar o véu da morte, saber se Deus é uma ficção ou uma realidade?

Não seria um ser humano, por mais descuidado que fosse, se não tivesse considerado, algumas vezes, esses tremendos problemas.

A dificuldade de os resolver, a incoerência e a multiplicidade das teorias que têm sido feitas, as deploráveis consequências que decorrem da maior parte dos sistemas já divulgados, todo esse conjunto confuso, fatigando o Espírito humano, os têm relegado à indiferença e ao ceticismo.

Portanto, o homem tem necessidade do saber, da luz que esclareça, da esperança que console, da certeza que o guie e sustente.

Mas tem também os meios para conhecer, a possibilidade de ver a verdade se destacar das trevas e o inundar de sua benfazeja luz.

Para isso, deve se desligar dos sistemas preconcebidos, descer ao fundo de si mesmo, ouvir a voz interior que nos fala a todos, e que os sofismas não podem enganar: a voz da razão, a voz da consciência.   *   

Quando encontra a Inteligência Suprema, Causa primeira de todas as coisas, e reconhece nela uma gerência grandiosa de todas as Leis do Universo, o coração do homem se acalma.

Não estamos abandonados neste planeta. Não estamos sendo geridos por leis frias, mecânicas apenas, mas por algo que é soberanamente justo e bom.

Ao chamar essa Inteligência de Pai, o Mestre dos mestres, Jesus, revelou um aspecto até então pouco conhecido do Criador: o aspecto amoroso de um progenitor que cuida de Seus filhos com todo carinho possível.

Quando encontra a si mesmo, como um ser imortal, incorpóreo, que teve início e nunca terá fim, o homem passa a enxergar tudo de forma diversa.

O ser que se vê e se sente imortal, não pode viver da mesma forma que antes.

O que valoriza, o que anela, o que escolhe para seus dias é diferente. Tem menos a ver com prazeres passageiros e mais a ver com as semeaduras duradouras.

Quem se vê imortal cuida melhor dos seus amores, sem tanto apego, sem desespero e ansiedade, pois sabe que nunca os irá perder.

Vislumbra na pluralidade das existências novas chances de se reinventar, de reescrever sua história, aprimorando continuadamente a si mesmo, sem culpa e sem medo.

A verdade, os porquês da vida, nunca estiveram distantes de nós. Foi nossa ignorância e sonolência moral que nos apartaram das respostas.

Chegou o tempo de entender a vida como nunca antes fizemos.

Chegou o tempo de despertar, de compreender e compreender-se.

Redação do Momento Espírita com base no cap. 1, do livro O Porquê da Vida, de Léon Denis, ed. Feb."



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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

AMOR AO PRÓXIMO


Chico Xavier definiu a família - o lar - como "uma usina de amor e perdão". 

Nossa família não é formada ao acaso! Essa é a visão espírita do grupamento de espíritos que compõem a família na Terra. Há todo um planejamento para que os Espíritos estejam assim agrupados. O propósito é o de aprendizado e evolução, quase sempre, passando pelos laços da reconciliação.

Bendita a Providência Divina que sempre nos concede a oportunidade de aprender a amar e perdoar!

Devedores e cobradores - de vidas passadas - podem estar agrupados no mesmo lar, num verdadeiro reencontro de adversários, colocados diante da oportunidade de amar e perdoar, agora na condição pais, filhos ou irmãos.

E aqueles que se casam e depois se divorciam? 

Se cumpriram o propósito daquela união atingido está o objetivo... mas se, por acaso, se odeiam... talvez, tenham de repetir o relacionamento familiar, para que a lição seja aprendida e superada, até sob nova condição de parentesco.  Só Deus sabe a melhor  maneira de  as pessoas se relacionarem para obter o melhor resultado. Entretanto, é bom lembrarmos que Deus não interfere no livre-arbítrio que outorgou ao Espírito. 

Se o relacionamento de cônjuges, de pais e filhos ou dos irmãos entre si, está difícil, imagina como pode ter sido o relacionamento quando se viam como   inimigos ferozes e vingativos! 

No seio da família, os pais podem estar devolvendo ao filho a própria vida que dele tiraram. E esse ser que nasce, agora, cercado de amor, pode estar recebendo o perdão e tendo a chance de perdoar. Eis a chance de desfazer elos negativos do passado que impediram a evolução das almas.

Pergunta-se: Não seria mais fácil se lembrássemos todo o passado para corrigi-lo, com presteza e dedicação?

Em alguns casos, quando já há arrependimento dos fatos passados, sim. No entanto, quase sempre, esses que sofreram fortes perdas e injustiças no passado, ainda não estão prontos para o perdão e poderiam optar pela vingança, caso tivessem claras essas lembranças.

O amor tem que nascer espontâneo pelo desejo do Espírito. Dessa forma, os antigos inimigos já estarão prontos para se perdoarem, mesmo diante das lembranças, no futuro convívio espiritual. 

Os ensinamentos de Jesus: "Perdoai aos vossos inimigos" e "Concilia-te com o teu adversário", são difíceis de serem seguidos... mas podem se tornar mais fáceis de serem assimilados se pensarmos que os antigos inimigos e adversários podem estar, agora, partilhando o nosso mesmo teto e o mesmo projeto familiar. 

Então... Vamos amar ao próximo e, principalmente, ao que está mais próximo:
Não é por coincidência que ele está tão próximo...!



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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Fora Misticismo e Fanatismo!


Estão bem longe de compreender o Espiritismo aqueles que acham que ele se destina a obter fatos miraculosos ou, simplesmente, obter comunicação com os mortos.  

Aliás, essas duas possibilidades são ditas por alguma pessoas como sendo uma forma que usa o "maligno" para mistificar a fé dos fieis menos precavidos...

Entretanto, esses detratores já não podem falar assim da "Reforma Íntima" preconizada pelo Espiritismo, a qual lhe constitui a própria base e finalidade, para a elevação do indivíduo.  

Como atribuir ao "satanás" que aconselhe as pessoas a se dedicarem ao amor ao próximo, ao perdão das ofensas e à prática da Caridade, como forma de bem viver?

A beleza do Espiritismo não está nos fenômenos e nas curas impossíveis que promove a todo o tempo. A sua beleza está na filosofia humanista e universalista que ensina e no apelo ao estudo, à razão e ao bom senso, quando deseja que a fé resulte como a água limpa da fonte, sem pressões do medo e da culpa imposta e nem pela aceitação cega de dogmas que não podem ser contestados.

O Espiritismo responde a todas as perguntas e elimina todas as dúvidas existenciais. Ao invés de impor suas verdades, solicita o estudo e a crítica, para que não seus ensinamentos não afrontem a razão, a lógica e os conhecimentos da ciência.

Portanto, o Espiritismo não se baseia em milagres, mas aceita que tudo é energia e que essas energias podem ser manuseadas para obter os resultados que a ciência humana ainda não pode explicar, posto que essa ciência ainda exclui a existência e a "realidade" do Mundo Espiritual.

Revela que ninguém está desamparado da Misericórdia Divina  e nem será condenado a penas eternas, embora ninguém se isente  da Lei de Causa e Efeito - Ação e Reação - pela qual o Espírito imortal volta a habitar novos corpos físicos para responder por seus atos e ascender espiritualmente aos mundos de felicidade.

O Espiritismo não compactua com misticismo ou com fanatismo, antes ensina que o natural da vida é vive-la com alegria, sinceridade e responsabilidade.



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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O CÉU É REAL (EQM - Neurocirurgião)




Essa matéria refere-se a uma entrevista relatada na Revista Newsweek, relativamente ao lançamento do livro O CÉU É REAL (Heaven Is Real: A Doctor’s Experience With the Afterlife).  O autor, Dr. Eben Alexander, relata a experiência pessoal de EQM-Experiência de Quase Morte, vivenciada no próprio hospital onde trabalhava, quando esteve internado, em como por uma semana, por haver contraído meningite.

(Tradução livre de trechos do texto publicado em Inglês)


"Como Neurocirurgião, eu não acreditava nos fenômenos de EQM. Eu cresci num meio científico, filho de um Neurocirurgião, do qual segui os passos e me tornei Neurocirurgião e Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard e outras universidades. 


Eu compreendo o que ocorre com o cérebro da pessoa na experiência de quase morte e sempre pensei  que pudessem haver explicações científicas para as experiências relatadas pelas pessoas que escapavam da morte no último instante.


Não há uma explicação científica para esse fato. Enquanto meu corpo jazia no leito, em coma, minha mente - minha consciência interna - estava viva e muito bem. Enquanto os neurônios do meu córtex ficaram surpresos, em completa inatividade pelo ataque das bactérias, a minha consciência-cérebro livre viajou para uma maior dimensão do universo: Uma dimensão que nunca sonhei existir, a qual, no meu estado pre-coma, eu teria considerado como uma simples impossibilidade.

Essa realidade, tantas vezes descritas por pessoas que quase morreram e também referidas pelos que atingem "estados místicos", realmente existe. Eu vi e aprendi, literalmente, que existe um novo mundo: Um mundo onde nós somos muito mais do que nossos cérebros e nossos corpos e onde a morte não representa o fim da consciência mas apenas um capítulo dentro de uma vasta e incalculável positividade.


No coração da minha viagem [é isso], que somos amados e aceitos incondicionalmente por um Deus ainda mais grandioso e insondável do que aquele que eu aprendi."


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Ainda não li o livro mas já gostei muito dele pelo que reporta a Revista Newsweek.

Será lindo quando, livres do nosso corpo e das pressões da vida terrestre, formos recebidos por um ser de luz - resplandecente de amor - que nos diga: Você é muito amado e não tem nada para temer!



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sábado, 3 de novembro de 2012

ALEGRIA E RESPONSABILIDADE


Como Espírita, sei que o Espiritismo não apregoa religião e nem faz campanha por novos adeptos. Também, é confortante saber que não há qualquer interesse econômico envolvido, como ofertas, doações ou dízimos...


O verdadeiro espiritismo não cobra dinheiro por qualquer trabalho espiritual.



Considero o ensinamento Espírita como um sol que nasce para todos e que só carrega Luz e Vida para a humanidade, sem distinguir bons e maus e nem que haja santos ou eleitos de Deus para as benesses espirituais.


O Espiritismo é, acima de tudo, uma luz para guiar os que deixam a existência terrena e que penetram no - antes desconhecido - Mundo Espiritual. Dessa forma, ele ajuda aos que partem para o lado de lá e, também, aos que lá já chegaram e que estejam perdidos ou em sofrimento.

Para mim, essa ajuda espiritual aos que estão em trevas ou sofrimento é a maior efetivação da caridade com que nos supre a Suprema Misericórdia de Deus.

Tendo a "reforma íntima" como ponto fundamental dos seus ensinos e a "fé raciocinada" como a bússola para a jornada da alma, o ensino espírita ultrapassa as barreiras do túmulo, ponto em que as religiões cessam a sua atividade.




medo e a culpa nunca serão veículos para a aceitação da Verdade Espírita e nem, tampouco, serão elementos para qualquer "lavagem cerebral" que pudesse ser imposta em nome de Deus. 

O Espiritismo representa a própria libertação da alma em face dos castigos eternos para ela cogitados. Aqueles castigos eternos estão, agora, substituidos pela Esperança Eterna e pela Misericórdia Eterna, qualificações mais condizentes com um Deus que ama todos os seus filhos ainda que, momentaneamente, falhos e sem entendimento, mesmo porque, Ele assim os criou, para que adquiram a própria perfeição. 

A alegria do entendimento satisfaz o íntimo e dá sentido à vida.



O prazer de servir à humanidade é fonte permanente de alegria. 



É muito confortante entender que não há destino - sorte ou azar - e que a realidade de nossa vida é, tão somente, o resultado das nossas próprias escolhas, atuais ou passadas.

A ordem é: Viver com alegria e responsabilidade e progredir sempre!




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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Aprendendo Com o Sofrimento

Quando vemos uma pessoa maltrapilha que mendiga o pão de cada dia e que não tem onde reclinar a cabeça para um sono tranquilo, nem de longe podemos pensar que ali se materializa a misericórdia de Deus. 

Ajudamos ou não ajudamos àquela pessoa mas, na verdade, não paramos para pensar no por que daquela situação tão dolorosa. Distanciamo-nos do problema para que assim nos pareça que o problema nem existe ou, pelo menos, não nos diz respeito. Quando muito, admitimos que Deus está ciente daquela situação que Ele mesmo permitiu e que, por isso mesmo, Ele sabe o que está fazendo... 

Realmente, sofre apenas quem precisa sofrer.

O sofrimento, no entanto, não constitui mera punição, ele é o ensinamento necessário para o aprendizado e evolução do Espírito. O nosso sofrimento é o ensinamento e, ao mesmo tempo, a reparação do mal que praticamos. Isso é muito importante porque se alguém não aprende com o sofrimento, sofreu em vão.

Aí está a justiça de Deus

E, ainda, o que sofre oferece aos que estão próximos, a oportunidade de praticar boas ações e bons pensamentos, através da caridade e da prece.

Nosso Espírito é imortal e todas as vidas lhe são úteis para a evolução espiritual. A todos nós é dado o ensejo de aprender com vidas fartas e felizes e, também, com vidas menos abundantes de bens, de saúde e de felicidade, desde que a isso nos conduzam com o não aproveitamento das vidas abundantes.

Ninguém está desprotegido de Deus.  A nossa vida é, exatamente, a colheita do que semeamos em outras vidas. Por exemplo, o descaso com a saúde numa vida pode vir a ocasionar uma saúde precária em outra vida.  Vícios menos saudáveis estarão impressos em nossos perispíritos e serão tomados em conta na formação do novo corpo que o Espírito vier a habitar.  Também o que pôs fim a uma existência pela mutilação do corpo atual, poderá receber um corpo com membros e funções faltantes, o qual resultará da mutilação do corpo anterior.

Não há punição e nem injustiças.  Quando nasce uma criança sem o cérebro, quase ninguém cogita que o membro faltante foi destruído em vida precedente e que a prova atual é uma "colheita obrigatória" daquele mal anterior. Também os pais que recebem essa prova, dela necessitavam, na colheita dos seus atos praticados anteriormente.

No entanto, num raciocínio rápido, quase todos os pensamentos se voltam contra Deus, mentalmente afirmando: Como o Deus de amor permitiu que tal fato acontecesse a um inocente...?

Por essa razão, nenhuma concepção deve ser interrompida, para que não ocorra a perda da oportunidade de reequilíbrio do Espírito encarnante, ainda que sua vida seja breve. 

Todas as provas a que refutamos, de alguma forma, retornarão em outro momento, seja de que forma for, pois que o aprendizado é necessário ao Espírito, assim como a colheita obrigatória de tudo que ele semeou.

Quem se julga injustiçado por Deus diante do sofrimento que passa, faria melhor se Lhe agradecesse a oportunidade de reequilibrar o seu Espírito.

Muitas vezes, a prova cessa quando o aprendizado ocorre.

Ninguém ficará "atolado" no carma negativo se já tiver aprendido a lição que nele se continha. O segredo é agradecer a Deus pela nossa vida como ela se apresenta para a nossa vivência. Em em cada situação está o aprendizado que necessitamos para aquele momento. 

Não há sofrimento ou injustiça gratuita, permitidos por Deus. Nunca é demais relembrar os ensinamentos do Mestre Jesus: "Os grandes serão humilhados. Os pequenos serão elevados. Bem aventurados os humildes. Bem aventurados os aflitos porque eles serão consolados."

Muitas vidas... muitos aprendizados... A alma em constante ascensão para Deus.



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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Dedicação Profissional

Eu tive todas as doenças comuns das crianças do Século passado: Sarampo, catapora, caxumba, etc. Somente nos anos de 1950, lá no interior de Minas Gerais, começaram a surgir as vacinas de B.C.G. e de varíola.

O ano de 1950 ficou marcado em minha vida exatamente por um fato médico que ocorreu nos meses agosto e setembro daquele ano. Era 18 de agosto, dia do meu aniversário, quando senti dores fortes e, quase em seguida, já nem podia andar. Com muita dificuldade me locomovi até à enfermaria do Colégio Interno, a qual se resumia a um quarto com uma cama, sem qualquer outro apetrecho de uma enfermaria.


Eu estava com o lado direito paralisado, da cintura para baixo e, para azar maior, estava com uma infecção do joelho esquerdo que me impediu, também, de pular sobre a outra perna e me locomover com um "saci".


Entre adoecer e ser operado, figuei um mês e vinte dias sem qualquer locomoção própria. Naquela época, tudo era precário e nem sequer se cogitava de haver uma cadeira de rodas para tais situações.

Foi horrível depender de pessoas - nem sempre disponíveis - para todas as minhas necessidades básicas. Só quem passou por uma situação similar pode avaliar do que estou falando. Quando fui internado na Santa Casa, muitos dias depois, já melhorou um pouco pois havia enfermeiras com quem contar, apesar de serem apenas duas para uma enfermaria lotada.

Tardou um pouco a cirurgia. Naquele tempo não haviam os recursos de imagem que hoje permitem diagnósticos rápidos e nem os exames laboratoriais da atual rotina pré-operatória.  A novidade da época ainda a era a famosa Abreugrafia, inventada pelo Dr. Abreu, médico de Juiz de Fora que, aliás, nunca tirou patente do seu invento e nem recebeu qualquer direito pela utilização mundial da sua nova tecnologia.

Foi no curso dessa doença que cheguei a receber a Extrema-Unção a que me referi em escrito anterior.

Após o estudo do meu caso e a avaliação por uma equipe médica, eu fui operado pelo Dr. Deusdaith, na Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora-Mg, no dia 20 de setembro, um mês depois de adoecer.

No entanto, outro fato inusitado marcaria o evento dessa operação, dessa vez, um fato inesperado e doloroso vivido pelo meu médico e do qual me tornei parte involuntária.

Devidamente preparado - no que se inclui jejum prévio e lavagem intestinal -  fui levado para o Centro Cirúrgico e já estava imobilizado e preparado para a inalação do anestésico, quando a operação foi suspensa.  A filha do médico que me operar estava doente e necessitava da sua presença.  No dia seguinte, todo o procedimento se repetiu e, novamente, a operação fui suspensa porque a filha do médico acabara de falecer.

Dando como incerta a operação para o dia seguinte, as enfermeiras não me prepararam para a cirurgia, naquele dia, e até me deram os alimentos da manhã. Foi um corre-corre quando veio a ordem para me conduzirem ao Centro Cirúrgico. Lá, sem saber do risco, confirmei para os médicos que eu estava em jejum, como me orientara a enfermeira, ela receosa por perder seu emprego.

Fui operado pelo Dr. Deusdaith que, certamente, estava ainda sob o doloroso impacto do sofrimento de haver se despedido da própria filha que falecera.

A operação foi um sucesso e reaprendi a andar uns 15 dias depois...

Sempre me lembro, com muita gratidão, da atuação profissional desse médico e agradeço a Deus pela sua dedicação profissional que, para mim, ficou acima de qualquer expectativa.  

Deus o abençoe! 

Onde estiver, que ele possa receber toda a ajuda que necessitar!


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