Desde sempre a humanidade entendeu - por temor ou ignorância - que Deus requer sacrifícios dos seus filhos ou que, para agradar a Deus é preciso que se viva uma vida de sacrifícios. Chegou-se até admitir que as alegrias ou prazeres seriam contrários à vontade de Deus.
As celas de um convento, auto flagelos e as restrições alimentares não aproximam o homem de Deus. Ao contrário, a alegria e a espontaneidade é que sinalizam o caminho para Deus. Jesus assim o explicitou tomando como exemplo as crianças: "Delas é o Reino dos Céus".
Não fez isso, apenas, invocando as aspectos de pureza que são simbolizados pela criança, mas, também, pela alegria e espontaneidade que caracterizam a vida de uma criança. Via de regra, a criança é alegre, espontânea e muito avessa a qualquer ideia de sacrifício, de qualquer natureza.
Deus é amor, vida, alegria e realização! Todas essas qualidades podem ser identificadas numa criança. Ao contrário, dor, tristeza, preocupações, sacrifícios e culpas não são qualidades atribuíveis a Deus e nem, normalmente, à realidade de uma criança. Logo, elas espelham melhor o que agrada a Deus.
Os ensinamentos de Jesus podem ser resumidos em AMOR E PERDÃO. E essas são qualidades presentes na vida de uma criança.
Na própria Bíblia está dito, mais de uma vez, "Misericórdia quero e não sacrifícios!", em palavras atribuídas ao pensar de Deus.
O Espiritismo é rico em esclarecimento de que o homem cria o seu próprio sofrimento, no caminho do seu próprio aprendizado, através do resgate necessários dos equívocos do seu livre arbítrio, por atos de suas vidas pregressas, no curso da eternidade.
Portanto, estão equivocadas as pessoas que atribuem tristezas, doenças e castigos à vontade de Deus ou que sua ocorrência possa agradar a Deus.
Qualquer sacrifício só é válido na extensão do bem que pode representar para seu autor ou para a humanidade. Portanto, qualquer sacrifício só será útil se conduzir ao aprendizado e à elevação espiritual de quem o pratica ou daqueles que o cercam.
Me ocorre pensar em São Francisco de Assis cujo sacrifício de pobreza e dedicação religiosa é de todos conhecido. Nesse caso, o que me parece de grande valia mencionar é que o sacrifício de São Francisco, além de representar a renúncia aos bens materiais, ou seja, de propiciar o domínio sobre a tentação material, também, resultou em que S. Francisco dedicou a sua vida aos pobres e desvalidos, principalmente, aos enfermos. Esse sim foi um sacrifício válido.
Mortificar o corpo, em si, nenhuma valia tem. Representa, antes, um atentado contra o valioso corpo humano, cedido ao Espírito para expressar-se sobre a Terra.
Também, o retirar-se para local isolado e inóspito, está mais para um abandono da vida humana dada ao espírito pela bondade divina, para o seu progresso e progresso da humanidade.
Quem abre mão do seu interesse para cuidar de doentes ou de crianças desamparadas terá feito uma obra mil vezes mais importante do que o que mortifica o corpo ou gasta a vida em locais inadequados.
Entendo que devemos valorizar a vida e os nossos atos e nos esquecermos de qualquer ideia de sofrimento, tristeza e sacrifícios, além daqueles que as próprias circunstâncias da vida impuserem. Estes são advindo por débitos nossos.
Bom dia!
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