Dissemos anteriormente que Allan Kardec não criou o Espiritismo e que as manifestações espíritas são fatos que se perdem na própria origem da humanidade.
Dissemos que Allan Kardec foi o homem que tomou a si a missão de reunir os ensinos esparsos dos Espíritos e, com a supervisão dos Espíritos Superiores, codificá-los nos livros que hoje conhecemos como Doutrina Espírita.
Dissemos que Allan Kardec foi o homem que tomou a si a missão de reunir os ensinos esparsos dos Espíritos e, com a supervisão dos Espíritos Superiores, codificá-los nos livros que hoje conhecemos como Doutrina Espírita.
Aos que procuram diminuir o grande trabalho de Allan Kardec de reunir e apresentar ao mundo o Ensino dos Espíritos, gostaríamos de enfatizar que ele se colocou perante o mundo como o mais humilde servidor do Cristo.
Uma falange espiritual supervisionou os trabalhos de Allan Kardec e esclareceu os pontos obscuros, deixando expressos os seus depoimentos específicos. Nessa equipe de escol estiveram nomes como os de O Espirito da Verdade, São Paulo, São João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paula, São Luís, Sócrates e Platão, isto para mencionar apenas os mais conhecidos de nossa esfera terrena.
A Doutrina Espírita ficou sintetizada em cinco volumes – O Livro dos Espíritos (1857), O Livro dos Médiuns (1861), O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864), Céu e Inferno (1865) e A Gênese (1868) – todos publicados no curto período de onze anos.
As religiões cristãs, encasteladas numa posição doutrinária fechadíssima, relutam em aceitar o Ensino dos Espíritos, esquecendo-se que o próprio Jesus, de forma inequívoca, disse que teria muitas outras coisas para ensinar, mas que o faria no futuro, pois a humanidade não estava preparada para aqueles ensinamentos. E mais, disse que o Espírito da Verdade seria o portador das novas revelações.
Houve muita reação dos setores religiosos contra o ensinamento espírita iniciado com os livros de Allan Kardec. A principal retaliação ficou conhecida como o “Auto de Fé de Barcelona”, solenidade católica ocorrida em 9 de outubro 1861, quando foram queimados em praça pública, 300 livros espíritas que chegavam de Paris para serem vendidos em Barcelona.
Os livros foram apreendidos por ordem do Bispo de Sevilha que, posteriormente, determinou a sua incineração em praça pública. A sentença foi executada em 9 de outubro, dia que ficou consagrado como a data da intolerância religiosa.
Os livros foram apreendidos por ordem do Bispo de Sevilha que, posteriormente, determinou a sua incineração em praça pública. A sentença foi executada em 9 de outubro, dia que ficou consagrado como a data da intolerância religiosa.
“Maurice Lachâtre, editor francês, achava-se estabelecido em Barcelona com uma livraria, quando solicitou a Kardec, seu compatriota, em Paris, uma partida de livros espíritas, para vendê-los na Espanha.
Quando os livros chegaram ao país, foram apreendidos na alfândega, por ordem do Bispo de Sevilha, Manuel Joaquín Tarancón y Morón, sob a alegação de que "A Igreja católica é universal, e os livros, sendo contrários à fé católica, o governo não pode consentir que eles vão perverter a moral e a religião de outros países"[1]. O mesmo eclesiástico recusou-se a reexportar as obras apreendidas, condenando-as à destruição pelo fogo.
O auto-de-fé de Barcelona, contrariamente ao que pretendia a autoridade religiosa, talvez tenha se tornado no maior fato divulgador da nascente Doutrina Espírita. Se não tanto, pelo menos aguçou a curiosidade de todos sobre aqueles escritos que ousavam desafiar os dogmas da poderosa Igreja Católica, cuja presença temporal mais se assemelhava a poderoso império e sob cujas ordens ainda faiscavam as últimas labaredas das fogueiras que, por tanto tempo, queimaram as carnes dos “hereges” e dos que ousavam desafiar os ditames dos poderosos eclesiásticos.
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