O José Maria Campos de Almeida, mais conhecido como Zé Maria-eletricista, é um amigo que conheci na Praia de Atafona, Município de São João da Barra-Rj.
Começamos praticamente juntos no estudo do Espiritismo, ele porque detentor da mediunidade de cura e eu por interesse da busca da verdade.
Nasceu de pai espírita que, em vida, exerceu a mediunidade de cura pelo interior do Estado do Rio de Janeiro, paralelamente ao seu trabalho para o Governo do Estado. O Zé Maria, no entanto, só se tornou espírita quando viu aflorar em si o "dom de cura", como tinha o do pai.
Por esse tempo compartíamos a praia, as pescarias e algumas "caipirinhas", em casa, na volta da praia. Não posso deixar de mencionar o bom peixe frito e o camarão pitu "do Rio", naquele tempo, ainda abundante no Rio Paraíba que ali deságua. Também o pirão de peixe que era uma iguaria no preparo desse meu amigo.
Diga-se, para boa compreensão, que já estávamos ambos aposentados de nossos trabalhos profissionais. Sobrava tempo para o lazer e para estudar o Espiritismo.
A propósito das pescarias, uma boa lembrança que guardo é a de que ele me ensinou a pescar "de mão". É isso mesmo: Ensinou-me a mergulhar e pegar o peixe com as próprias mãos. Foi uma experiência muito interessante e, ainda, com a vantagem de ser uma excelente história de pescador, uma vez que muitos não acreditam nesse tipo de pescaria.
Quem nasceu e mora na beira de rios sabe que é possível e até bastante fácil, depois que se consegue mergulhar e se manter debaixo dágua pelo tempo necessário à captura dos peixes, diretamente nas tocas em que se maloca.
No aprendizado da Doutrina Espírita, trocávamos os livros lidos e as experiências do dia a dia. O Zé era o homem dos passes e da cura e eu, sem maiores dotes práticos, gostava mais de elaborar textos que, por vezes, resultavam em pequenas palestras no Centrinho que a Da. Lea, uma vizinha, mantinha em sua casa.
Ainda me lembro das tardes na varanda, das redes e da brisa do mar, no refrescante vento nordeste que, por vezes, nos levava a nos cobrir com alguma coisa.
O Zé Maria era o eletricista do lugar. Muito conhecido por todos os moradores, não tardou muito para que as pessoas passassem a abordá-lo, em plena rua, para receberem passes ou para que ele atendesse a pessoas enfermas, em suas casas. E o Zé Maria a todos atendia, em seus lugares.
Quando eu lhe dizia que era melhor que encaminhasse aquelas pessoas para o seu local de atendimento, ele, invariavelmente, respondia: As pessoas precisam, pedem, e eu não sei negar o passe.
Por esse tempo, o Zé Maria, que morava sozinho, organizou-se para uma reunião diária de orações, na qual atendia a todos que ali comparecessem.
Também atuou como palestrante espírita, requisitado pela Da. Léa, mas, nesse campo, logo concluiu: "Essa não é a minha praia, vou continuar apenas com os meus enfermos, onde me sinto mais útil".
Sua casa logo se tornou um endereço para enfermos e pessoas com problemas pessoais. Muitas vezes estivemos juntos nessas reuniões de estudo e tratamento. Em diversas oportunidades se juntou a nós o Jostemídio Abreu, o Jô, nosso grande amigo espírita de Niterói.
Boas lembranças!
Atualmente, pessoas residentes nas cidades vizinhas, do Rio Janeiro e do Espírito Santo, também procuram o Zé Maria nos seus problemas de saúde e dele têm recebido a assistência e a cura, ministradas pelos Amigos Espirituais que com ele trabalham.
O Zé Maria é uma pessoa simples e agradável. Acabou dedicando a sua vida ao atendimento daqueles que o procuram para tratamento espiritual.
Ele vive só em sua casa, mas, cercado por muitos amigos, deste e do outro mundo.
Eu sei que ele não gosta de divulgação própria, mas não posso deixar de homenageá-lo nesse meu pequeno espaço.
PARABÉNS, Zé Maria!
Que os bons espíritos continuem a abençoá-lo nesse belo trabalho espiritual.
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Só para não haver dúvidas: O Zé Maria vai bem, ogrigado, e continua com o seu trabalho espiritual em S.João da Barra-RJ. Eu estou morando em Fortaleza-Ce. Separados pela distância geográfica mas unidos pela fé e pelas lembranças.
ResponderExcluirsempre que ligo ele me diz: Não se esqueça, às 18.00 hs., todos os dias, estaremos juntos nos meus momentos de prece.