Os antigos já nos diziam: Não adianta tentar esconder o sol com uma peneira.
O conhecimento amplia a visão. Novos horizontes se abrem aos que estudam e aos que anseiam pelas verdades lógicas.
Os minutos passam céleres. As horas se escoam Os dias se completam. Os anos se acumulam. É a vida que flui inevitável, inexorável. E muitos de nós, despreocupados ou preocupados com problemas imediatos, vemos o tempo que passa e leva com ele as oportunidades que não aproveitamos para a realização do amor e da caridade, meios que atenderiam ao interesse da alma, de aprender e evoluir.
A vida que passa deve adquirir significado que transcenda ao plano físico, à aquisição dos bens materiais e à saciedade dos sentidos.
A alma se alimenta do amor, do perdão, da caridade, da beleza e de todo o prazer de realizar o bem para o grupo, para a comunidade e para a humanidade. Cultivar a paz e a harmonia já é uma forma de praticar o bem.
Podemos admitir que há pessoas que apenas se movem no interesse pessoal e imediato. Onde não houver vantagens visíveis a usufruir, ali não vai o interesse delas.
Tudo é vida e tudo é aprendizado. Em tudo há o proveito da experiência. Entretanto a vida oferece mais que obter a experiência, ela está prenhe de oportunidades para o crescimento dos seres eternos que somos - as nossas almas.
Não há sentido em viver com descompromisso, ao embalo de idéias que não correspondem à verdade. O horizonte do ser inteligente é a busca da verdade e do entendimento. Não devemos aceitar verdades impostas, ou seja, aquelas "verdades" que não tenham resultado do estudo, da lógica e do livre convencimento.
Quando eu era rapazinho, apartado de indagações filosóficas mais profundas, costumava nutrir, como rota de fuga da realidade religiosa aprendida, na infância, o seguinte raciocínio: Eu não pedi para nascer, portanto, não tenho compromisso com uma vida que não pedi... Deus sabe por que nasci e para onde me levarão as minhas próprias decisões... Agora reconheço que era um raciocínio fatalista que me isentava de responsabilidade maior diante da vida.
Eu nem de longe imaginava a vida como a bênção da oportunidade para o aprendizado e o crescimento do espírito. Comparava a vida como um fato corrente que se extinguiria e por cujos resultados eu pouco ou nada influiria.
Como sempre gostei de ler e nunca de aceitar verdades prontas que não atendessem à lógica e a razão, acabei por admitir a verdade de que a vida não começa no berço e nem termina no túmulo.
Inconformado com a carência de lógica no ensino que recebi, busquei uma verdade mais coerente com a razão. E foi no Espiritismo que encontrei o fio da meada que me conduzirá, cada vez mais longe no conhecimento, sancionado pela lógica e pela razão, numa filosofia que aceita a ciência e todo o conhecimento humano, como partes de um todo coerente e pleno de significado.
Eu sou daqueles que não enfiam a cabeça na areia diante do desconhecido, como o faz o canguru diante do perigo iminente.
Ainda antes da idade adulta eu já questionava os ensinamentos religiosos que recebia:
- Como Deus criaria tantas almas para mandá-las, simplesmente, para o inferno, obtendo uma pequena porção "os poucos escolhidos" para o gozo da felicidade?;
- Como admitir que Deus criou o mundo - Adão e Eva - há menos de 6.000 anos, quando os fósseis arqueológicos nos indicam datas de milhares e milhões de anos da existência da vida na Terra?;
- Por que Deus criaria um Universo incomensurável - em tamanho e beleza - regido pela sincronia regida de leis de total inteligência, para colocar o homem, como vida única, habitando um pequenino planeta que não representa, sequer, um grão de pó, comparativamente ao tamanho desse mesmo Universo?;
- Por que Deus teria criado o "diabo" para destruir a sua criação, pois ele sabia disso antecipadamente?
- Por que Deus não destrói o "satanás e os seus anjos", já que tem o poder para isso?;
- Por que uns nascem perfeitos e outros com corpos imperfeitos e inadequados?;
- Por que uns nascem em ambiente que os levarão a uma vida fácil e de progresso e outros nascem à míngua de recursos, quase que, fatalmente, levados a um nível de vida inferior e de dificuldades?
E por aí vai, uma fieira de indagações para as quais não encontrava respostas ou, cujas eruditas respostas, não me satisfaziam, por carecer de lógica.
Graças a Deus encontrei a Doutrina Espírita cujas respostas me satisfazem plenamente e, ainda, me aponta um caminho para novas revelações no longo aprendizado de que careço.
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