"Se a Doutrina Espírita fosse de opinião puramente humana, não ofereceria por garantia senão as luzes daquele que a houvesse concebido. Ora, ninguém, neste mundo, poderia alimentar fundadamente a pretensão de possuir, com exclusividade, a verdade absoluta.
Se os Espíritos que a revelaram se houvessem manifestado a um só homem, nada lhe garantiria a origem, pois seria preciso acreditar, sob palavra, naquele que dissesse ter recebido deles o ensino. Admitida, de sua parte, sinceridade perfeita, quando muito poderia ele convencer as pessoas de suas relações; conseguiria correligionários, mas nunca chegaria a unificar todo o mundo.
Quis Deus que a nova revelação chegasse aos homens por mais rápido caminho e mais autêntico. Logo, encarregou os Espíritos de levá-la de um canto a outro, manifestando-se por toda a parte, sem conferir a ninguém o privilégio de lhes ouvir a palavra. Um homem pode ser ludibriado, pode enganar-se a si mesmo; já não será assim, quando milhões de criaturas veem e ouvem a mesma coisa. Isso é uma segurança para cada um e para todos.
Ao demais, pode fazer-se que desapareça um homem; mas não se pode fazer que desapareçam as coletividades; podem queimar-se os livros, mas não se podem queimar os Espíritos.
Ora, queimassem-se todos os livros e a fonte da doutrina não deixaria de conservar-se inesgotável, pela razão mesma de não estar na Terra, de surgir em todos os lugares e de poderem todos dessedentar-se nela.
Faltem os homens para difundi-la: haverá sempre os Espíritos, cuja atuação a todos atinge e aos quais ninguém pode atingir."
Allan Kardec - Evangelho Segundo o Espiritismo.
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