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Eusébio, Ceará, Brazil
Nasci no ano de 1940 e sou um velho espírita que vive no Brasil.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

O TEMPO CERTO



Cada um no seu momento. Cada um no seu aprendizado.

É por isso que o Espiritismo não faz proselitismo. A fruta só está boa quando está madura.

Se alguém tentar libertar a borboleta do casulo da lagarta, ela morrerá. A borboleta só romperá o casulo quando estiver pronta para voar.

A vida não dá saltos. Há tempo para tudo na face da terra.

Assim já ensinava o Rei Sábio, Salomão:


"Tudo tem o seu tempo determinado
E há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer e tempo de morrer
Tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou
Tempo de matar e tempo de curar
Tempo de derrubar e tempo de edificar
Tempo de chorar e tempo de rir
Tempo de prantear e tempo de dançar
Tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras
Tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar
Tempo de buscar e tempo de perder
Tempo de guardar e tempo de lançar fora
Tempo de rasgar e tempo de coser
Tempo de estar calado e tempo de falar
Tempo de amar e tempo de odiar
Tempo de guerra e tempo de paz."

Eclesiastes 3


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quarta-feira, 29 de junho de 2011

VIVENDO VIDAS (Conto Infantil)


VIVENDO VIDAS (Conto infantil)

Kiko vivia com sua família no mesmo lugar que nasceu. Era um jovem alegre e despreocupado e que, como todo jovem, gostava de sair e encontrar os amigos para brincar, conversar, cantar e dançar. Também gostava de paquerar as garotas da sua idade, principalmente para se mostrar para os amigos. Era muito novo para pensar em família e compromisso.
Gostava muito da sua família mas se aborrecia por tantos conselhos que os pais lhe davam. Embora não compreendendo por que tantos conselhos, obedecia aos pais e era atencioso com amigos e vizinhos. Os adultos o admiravam e gostavam muito dele.
Kiko gostava de nadar longas distâncias, de pular bem alto e de comer as coisas gostosas de que todo sapo gosta. Gostava de se exibir pulando bem alto para colher frutinhas nos galhos baixos das árvores.
Ah! Quase me esqueço de dizer: Kiko era um sapo.
Um sapo feliz que morava no lago mais lindo do mundo, pelo menos ele assim pensava, pois só conhecia o seu lago, onde nascera.
A vida seguia tranquila e Kiko ia pulando para todos os lugares. Você sabia? Sapo não gosta de andar, gosta de pular porque diz que pulando chega mais rápido.
Gostava de ir à escola porque aprendia coisas novas todo o dia. Mesmo assim, Kiko ficava feliz quando chegava a época das férias. Podia passar o dia inteiro com os amigos, nas mais variadas aventuras.
Um dia, Kiko e seus amigos apostaram para ver quem pulava mais alto. Eles subiam no barranco e pulavam na parte mais funda do lago. Nem precisa dizer que Kiko queria sempre pular mais alto e mais longe do que todos os outros. Foi aí que começou a subir para o ponto mais alto do barranco para dar o maior pulo de todos. Enquanto subia para o lugar mais alto do barranco ia pensando: Todos vão me aplaudir, nenhum sapo havia pulado daquela altura.
Enquanto, lá embaixo, todos se admiravam da coragem do Kiko, Ele, lá em cima, começou a sentir um friozinho na barriga, de medo. Mas, pensou: Agora preciso pular de qualquer jeito, se não pular, vou pagar o maior “mico”. E sapo detesta pagar “mico”.
Ele olhava a grande altura indeciso entre pular ou pagar o maior mico. Sua decisão foi precipitada por algo inesperado: Kiko ouviu um barulhinho debaixo das folhas remexendo no galho ao lado do que estava. Curioso, olhou para o lado e quase morreu de susto: Lá estava  uma cobra toda enroladinha. A cobra estava se acomodando para tirar uma soneca, depois do almoço.
Kiko tomou um tremendo susto pois tinha muito medo de cobras. Sabia que cobras comem sapos e outros bichinhos, quando estão com fome. Com o susto, tentando se distanciar da cobra, Kiko se desequilibrou e pulou rápido para o lago.
Os amiguinhos estranharam porque ele pulou meio de lado, todo desequilibrado e meio que rodopiando no ar. Caiu na água batendo forte com o bumbum.
Doeu, mas ele não chorou. Todos aplaudiram e queriam saber com quem Kiko tinha aprendido aquele salto tão diferente.
Kiko, branco de susto, saiu da água quase sem poder falar direito. Mesmo assim, disfarçou um sorriso e disse que estava com fome e que iria pra casa para comer. Ninguém desconfiou que ele estava mesmo era morrendo de dor no bumbum.
Um dia surgiram máquinas grandes e barulhentas que remexiam toda a terra. Alguns homens iam cortando quase todas as árvores e, outros, plantaram sementes no solo. Eles estavam formando uma lavoura.
Kiko quase chorou quando viu as máquinas arrastando as suas queridas árvores pelo chão. Terminaram o serviço e os homens e as máquinas foram embora.
O sol se pôs lindo e vermelho, refletindo a sua luz no lago. Anoiteceu.
Naquela noite choveu e, alguns dias depois, nasceram plantas ao redor de todo o lago. As plantinhas cresceram e Kiko gostou quando surgiram as flores. Gostou, também, quando surgiram lagartas para morar naquelas plantas.
Que beleza! Agora ficou ótimo, quando dava fome, era só pegar uma lagarta ou duas e comer.
Mas os homens que plantaram a lavoura não gostaram de ver aquelas lagartas comendo as plantas. Voltaram mais tarde e jogaram uma água de cor esquisita sobre as plantas e as lagartas.
No dia seguinte, todas as lagartas estavam mortas e, junto com elas, morreram também todos os bichinhos que moravam ali no meio daquelas plantas. Morreram grilos, minhocas e os filhotes de passarinhos recém nascidos, nos ninhos. Foi horrível. Todos estavam tristes com a morte dos bichinhos. Mas aquela desgraça estava só começando. Choveu forte e a água da chuva caiu sobre as plantas e escorreu para o lago.
A água da chuva que escorreu para o lago levou com ela uma parte daquela água venenosa que os homens haviam jogado nas plantas e que matou as lagartas e grilos. Aquela água estava misturada com veneno.
Foi um problema muito sério. Morreram todos os peixes e quase todos os sapos. Sobreviveram, apenas, os sapos mais jovens e mais fortes que saíram rápido de dentro da água. A tristeza foi completa no lago, quase todos os sapos morreram, entre eles os pais e tios do Kiko.
Vieram outros homens para saber o que estava causando a morte de tantos bichos. Examinaram a água e viram que ela estava poluída com veneno.
Eles disseram para os homens da lavoura que não jogassem mais aquele veneno nas plantas, mas, ainda por muito tempo, os poucos sapos que restaram no lago ainda tinham muita dor de barriga por causa da água poluída.
Sem as árvores ao redor, o lago diminuiu de tamanho. Chovia menos e as águas evaporavam rapidamente. Não havia sombras para refrescar a água.
Kiko tinha saudades do lago antigo, quase perdido no meio de tantas árvores. Agora, o lago parecia uma poça de lama.
Havia pouca comida e os sapos que restaram foram embora para encontrar outro lugar para morar. Kiko ficou. Já estava velho e não tinha forças para acompanhar os mais novos numa longa caminhada. Ele se sentia cansado, mas não disse nada aos que partiam para que não pensassem que ele estava muito velho e fraco.
Kiko ficou só. Muito triste, ele já não tinha nem vontade de procurar comida para comer. Suas pernas doíam e, por isso, ele só pulava quando era preciso.
Até a cobra tinha ido embora para morar muito longe dali. Ainda bem, pelo menos com a cobra ele não precisava mais se preocupar.
Os dias se passaram e Kiko foi ficando mais velho e cada vez mais fraco.
Um dia, ele saiu para procurar alguma coisa para comer. Estava difícil encontrar comida. Deu muitos pulos pela margem do lago e não encontrou nada pra comer. O sol estava muito quente e Kiko parou para descansar na sombra da raiz seca de uma das árvores que os homens haviam cortado.
Ali deitado na sombra da raiz, pensou: Acho que já estou muito velho, foi só dar alguns pulos e já fiquei tão cansado. Sentiu-se um pouco zonzo. Devia ser fome, pensou, pois ainda não havia comido nada naquele dia.
Deitou-se ali e ficou pensando que aquela raiz seca era o que restava de uma árvore tão grande e bonita que ali havia. Lembrou das brincadeiras de criança e de como eram gostosas as frutinhas que  caíam na água.
Assim pensando, fechou os olhos e sentiu que adormecia. Mas, que estranho! Era um sono diferente. Sentia-se muito tranquilo e parecia até que flutuava no ar.
Ainda pensou, puxa! Está tão bom que nem quero mais acordar. Que sono gostoso, pensou! Melhor seria nem acordar.
Parecia haver dormido um bom tempo, quando, de repente, ouviu sons conhecidos. Era o som de sapos brincando. Deviam ser muitos e estavam alegres. No começo os sons pareciam distantes, mas, aos poucos, os sons se aproximaram e já parecia que brincavam ali perto dele. Deve ser um sonho, pensou, e continuou de olhos fechados.
Os sapos cantavam, dançavam e sorriam muito. Kiko queria abrir os olhos mas ao mesmo tempo temia que o sonho se acabasse.
Enfim, vencido pela curiosidade, Kiko abriu os olhos bem devagar e teve uma grande surpresa: Estava diante do lago mais lindo que poderia imaginar.
Era um grande lago todo cercado de árvores coloridas. O céu azul refletido na água parecia ser o próprio fundo do lago. Kiko acho tudo muito lindo.
Agora tinha certeza, era um sonho, o sonho mais lindo que já havia sonhado. Assim pensando, fechou os olhos rapidamente para o sonho não acabasse.
Não adiantou.
Abriu os olhos de novo, quando uma linda sapinha que estava bem ao lado dele, falou: Oi! Até que enfim você acordou! Meu nome é Isabel. E, a seguir, gritou: Ei, pessoal! O rapaz acordou! Venham cumprimentá-lo.
Surpreso, Kiko deu um pulo e logo se viu cercado por muitos sapos que o abraçavam alegremente. Parecia que estavam felizes com a sua chegada e que estavam ali reunidos para o receber. Eram todos jovens e bonitos, pensou Kiko.
Todos se apresentavam e diziam os seus nomes. Eu sou o Maneco, dizia um, eu o Felipe, falava o outro. Todos sorriam e lhe davam as boas vindas. Kiko ainda pensava que tudo era um sonho. Agradecia o carinho de todos e pensava: Que pena que o sonho acabaria e que ele teria que voltar para o velho lago de lama e para a velha raiz seca onde dormira.
Ei, Kiko! Pare de pensar em sonho, em lago de lama e em raiz seca, falou o Rafa, que acabara de chegar. Você não está dormindo e nem está sonhando. Você está na sua nova casa.
Muito confuso, Kiko perguntou: Como sabe o meu nome? Como você sabe no que eu estou pensando?
Puxa! Quantas perguntas! Falou o Felipe. Deixa que eu respondo, disse Isabel. Veja Kiko, observe que você tem um corpo mais bonito, mais jovem e mais forte do que aquele velho corpo que você abandonou nas margens do lago poluído. E essa aqui é a sua nova casa. O Criador de todos os lagos e rios e, também, de todos os sapos, criou muitos lugares como este para onde vêm  todos os seres depois que abandonam o corpo velho, na terra.
Aqui sabemos os nomes de todos os moradores e podemos saber no que cada um está pensando. Podemos até nos comunicar apenas pelo pensamento. Não se preocupe com tantas novidades, continou Isabel, logo você entenderá como é a vida por aqui. Enquanto se adapta neste novo mundo você terá sempre a companhia de um de nós. Poderá perguntar o que quiser.
Ah! Antes que me esqueça, se você encontrar alguma cobra por aí, não precisa ter medo, aqui os animais não se comem uns aos outros, pelo contrário, todos são amigos e brincam juntos.
Kiko não compreendeu muito bem aquilo de poder brincar com cobras, mas resolveu não fazer novas perguntas.
Os novos amigos o levaram para conhecer o lugar. Havia lindas árvores e muitas flores, inclusive, algumas que ele nunca havia visto. Kiko estava feliz. Era como se ele tivesse acabado de chegar a uma festa. Havia muitos enfeites, música e brincadeiras.
Kiko estava feliz com aquele novo corpo, mais novo, mais forte e mais bonito, como dissera Isabel. Estava feliz com a sua nova casa e por ter muitos amigos novamente.
Os dias se passavam e Kiko ia conhecendo novos amigos novos amigos com os quais podia brincar e jogar. Gostava dos novos amigos, mas, entre todos, preferia passar mais tempo na companhia de Isabel, aquela que primeiro falou com ele quando chegou.
Gostava muito de estar com ela. Isabel percebia os pensamentos de kiko e lhe respondia, também em pensamento, que ela gostava muito de estar na companhia dele. Eles iam juntos a todos os lugares.
Certo dia, ela o convidou para conhecer um novo lugar. Você vai gostar muito desse lugar onde vamos hoje. E vai gostar mais ainda da surpresa que lhe espera, disse Isabel.
Que bom, respondeu Kiko: Adoro surpresas.  vamos logo porque já estou curioso para saber o que é.
E lá se foram os dois pulando alegremente.
Chegaram a um lindo jardim onde havia um grande lago todo cercado por árvores e flores. Kiko ficou impressionado com a beleza e com o perfume das flores que impregnava todo o ar.
Kiko não notou o sorriso travesso de Isabel, mas percebeu que as flores, vez por outra, mudavam de cor. Intrigado, ele olhou para Isabel que sorria. Kiko nem precisou perguntar.
Isabel explicou: Aqui as flores podem ter a cor que quisermos. As flores mudaram de cor porque eu assim desejei. Experimente você também: Concentre-se apenas nas flores e pense nas cores que você deseja que elas tenham.
Kiko fez o que Isabel mandou, concentrou-se fortemente e logo começaram a aparecer flores azuis, brancas, vermelhas e amarelas, suas cores prediletas.
Isabel estava feliz com a alegria de Kiko pelas flores que ele coloria com o pensamento. Agora eu vou pensar algumas cores também, disse Isabel, e logo começaram a surgir flores cor-de-rosa, violeta e de tonalidades marrons, as quais se mesclavam àquelas flores coloridas pelo pensamento de Kiko.
Que legal! Agora o Jardim está muito mais bonito, disse Kiko. Eu nem sei como te agradecer por esta bela surpresa que você preparou, Isabel.
Mas esta não é a surpresa que lhe prometi, respondeu Isabel. A surpresa vai ser muito melhor.
Se você quer mesmo saber qual é a grande surpresa, você vai ter que fechar os olhos e pensar em quem mais você gostaria que estivesse aqui, agora.
Kiko obedeceu. Fechou os olhos e pensou. Pensou que a sua felicidade só poderia ser maior se ali estivessem os seus pais.
Ainda de olhos fechados, Kiko identificou o perfume de sua mãe, aquele perfume que ele tão bem conhecia. Entre ansioso e assustado, nem esperou ordem para abrir os olhos. Seus olhos estavam bem abertos mas ele nem podia acreditar no que estava vendo: Sua mãe estava ali, na frente dele com os braços estendidos para o abraçar.
Mamãe! Papai! Que felicidade! Vocês também moram aqui? Como está a vovó? E o vovô? E os meus tios que também morreram por causa da água poluída do lago? Eles estão aqui? Kiko perguntava sem nem esperar pelas respostas.
Calma, meu filho! São muitas perguntas. Primeiro vamos nos abraçar e agradecer a Deus por esse reencontro, disse-lhe sua mãe. É isso mesmo filho, acrescentou o pai, dando-lhe um abraço apertado. Vamos aproveitar bem esses momentos de felicidade por estarmos juntos outra vez.
Enquanto o abraçava, seu pai lhe respondeu: Os nossos parentes estão bem e você poderá vê-los numa outra oportunidade, quando for possível.
A tarde foi muito agradável e todos se alegraram muito. Mergulharam no lago e relembraram muitas histórias. Kiko, com muito orgulho, mostrou aos pais que já sabia colorir as flores com o poder do pensamento.
Ao fim da tarde, a mãe de Kiko disse: Filho, agora eu e seu pai precisamos voltar para casa. Nós moramos ao pé daquela montanha mais alta onde há uma bela cachoeira, cercada de árvores cobertas de flores vermelhas. Você vai ficar morando aqui com os seus novos amigos. Poderemos nos ver sempre que quisermos. Estou certa que a Isabel vai cuidar bem de você.
Isabel abaixou os olhos um pouco encabulada. Com o balançar da cabeça sinalizou um sim.
Com beijos e abraços, todos se despediram.
A mãe de Kiko não era diferente das outras mães. Ela tinha um último conselho para o seu filhinho: Continue sendo bom e atencioso com todos, como sempre foi. E não se esqueça de agradecer a Deus pela vida que nunca se acaba.
Kiko estava muito feliz. Ele e Isabel acenaram quando os pais de Kiko desapareceram na curva do caminho.
Duas lágrimas surgiram nos olhos de Kiko. Eram lágrimas de felicidade.
O mais surpreendente foi que essas duas lágrimas, em vez de caírem no chão, subiram para o céu e se tornaram nas duas estrelinhas mais brilhantes da noite que cobriu o jardim das flores coloridas pelo pensamento.
Naquele dia, nasceu ali um grande afeto que uniu os corações de Kiko e Isabel. 
Será que a mamãe do Kiko já sabia desse final feliz?

Euleir Eller

Fortaleza, dez/2003.

O REI DO UNIVERSO




O REI DO UNIVERSO


Batam palmas e celebrem, com júbilo,
Todos os povos.

Toda alma, todo ser,
Reconheçam e louvem o Criador.

O Senhor Altíssimo é o supremo
Rei de todo o Universo.

Ele reina sobre todas as terras e
Sobre todas as nações.

Todos os povos são filhos do mesmo Pai:
Dele saímos. Nele existimos e
A Ele voltaremos.

Louvado seja o Senhor, Nosso Deus,
Por toda a eternidade.


(Texto baseado no Salmo 47)


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terça-feira, 28 de junho de 2011

A VIAGEM DO ESPÍRITO



O Jostemídio Abreu é um grande amigo meu que mora em Niterói-RJ. Ele é Psicólogo, por formação, e eu o menciono como Psicólogo da Mente e do Espírito porque, como médium efetivo que é, ele não limita a análise a esta vida. Com a sua compreensão de que o espiritual influencia e interage com o fator temporal ou físico, o Jô tem ajudado todas as pessoas que lhe submetem os seus problemas, quase sempre por não terem encontrado solução com a ajuda puramente acadêmica.

O Jô, através do seu trabalho espiritual, muito me ajudou nos meus passos iniciais no Espiritismo. Ele exerce um trabalho espiritual essencialmente prático ao lado dos Guias e Mentores.

Pude com ele aprender muito sobre a ajuda aos espíritos desencarnados que, muitas vezes, ainda não encontraram o caminho a seguir no plano espiritual, após o final da vida aqui. Em sofrimento ou não, muitos nem se dão conta de que não vivem mais num corpo físico, sobre a terra.  Há espíritos que relutam em partir, ficam por aqui presos a interesses de negócios, de família ou mesmo de sentimentos e ressentimentos.

Foi um bom aprendizado. Em outro dia podemos voltar aos aspectos práticos mencionados.

Hoje, apenas transcrevo, abaixo, o  texto de uma bela mensagem que ele me mandou através de e-mail da sua comunidade “Sabedoria Infinita, Luz e Amor”. Entendi que é de autoria de uma pessoa que assinou apenas GIL:

“A grande viagem do Espírito é a vida.

Vale a pena viver e aprender!

A Vida não Espera. Por onde você for, o tempo não para. O que ficou, ficou. O que se foi, passou...

É a vida em movimento.
Somos viajantes eternos em suas trilhas. Parece que somos passageiros na eternidade, mas a verdade é que somos eternos dentro do temporário. Ou seja, somos o eterno no movimento da vida que segue.

Na natureza tudo passa! O traço característico da existência é a impermanência.

As coisas mudam... Pessoas e situações vão e vêm em nossas vidas, entram e saem na esfera de ação do nosso viver. A vida é assim!

Há um tempo para tudo: o amanhecer, o meio-dia e o anoitecer. Da mesma forma, há um tempo para semear e para colher:

Nascer, viver, partir, renascer e seguir...

Tudo passa! O que marca é a experiência adquirida. As culpas e as mágoas também passam! No rio da vida, as águas do tempo curam tudo, pois diluem no eterno as coisas passageiras.

As coisas estranhas que aconteceram, os dramas e as palavras que feriram também passam... se você permitir.
Sim, se você permitir vai notar que o tempo leva tudo e que a viagem segue...

Aquele ressentimento antigo ou aquelas emoções apagadas que, vez por outra, bloqueiam a sua alegria fazem parte do que é temporário.

Mas você é eterno.
Essas emoções passam por você. Que tal superá-las? Que tal passar por elas sem se deter, apenas ficando com a experiência e seguindo a vida.

Tudo passa mesmo! As estações se sucedem no tempo certo: primavera, verão, outono e inverno.
Isso é natural!

Como é natural o espírito imperecível entrar e sair dos corpos perecíveis. Como é natural seguir em frente. Pois o tempo não para e a vida segue...

E, do centro da Consciência Cósmica, o Grande Arquiteto do Universo, o Supremo Comandante de todas as vidas e de todos os tempos nos abençoa sempre.

As experiências vão, mas o aprendizado fica.

A evolução é inevitável!
Todos estão destinados à Consciência Cósmica, mesmo que não entendam isso agora. Porém, se o desentendimento é necessário, a felicidade advinda do processo de evoluir continuamente será imperecível.

Tudo a seu tempo!

Enquanto evoluem e aprendem a arte de viver, sejam felizes... E não se detenham até alcançar a meta!

O que vale é o AMOR !

Que a luz do discernimento e dos sentimentos mais elevados possa iluminar os nossos corações!

Que cada dia leve consigo a maravilha do momento que sempre passa.

Existir é um privilégio.

Viver é maravilhoso!

Paz e Luz!”

(GIL)


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segunda-feira, 27 de junho de 2011

PERDÃO DOS PECADOS x REPARAÇÃO


“Enquanto as religiões só apresentam o perdão dos pecados, o Espiritismo apresenta a reparação dos pecados: As contas a pagar e os débitos por solver.” 

Essa afirmação foi feita em conversa anterior e voltamos a ela para desfazer possível mal entendido.

O perdão dos pecados existe e será sempre essencial para a nossa evolução espiritual. Ai de nós, pequeninos e frágeis, não fosse a misericórdia divina a bafejar as nossas almas diante de tantas falhas e erros.

Jesus perdoou os pecados do paralítico de Cafarnaum: “Filho, os teus pecados estão perdoados“ (Marcos 2:5). E, também, perdoou a mulher pecadora que lhe ungira os pés com unguento: “Os teus pecados te são perdoados” (Lucas 7:48).

Afirmamos que o Espiritismo apresenta as contas a pagar e isso não deve significar que o Perdão dos pecados não vigora para o Espiritismo. É claro que vigora. Entretanto, entendemos que o perdão se refere à maldade do ato ou pecado praticado, mas não ilide o resultado daquele mal. As consequências deverão ser, sempre, reparadas.

Suponhamos que alguém dê causa ao incêndio de uma casa após soltar fogos de artifício. Embora um Juiz possa absolve-lo pelo ato involuntário não o dispensará de compensar o prejuízo causado.

O mesmo acontece se alguém tira a vida de outra pessoa. Pode ser punido pela sociedade com restrição da sua liberdade ou pode ser absolvido por outras razões, mas sempre restará o débito espiritual que, de alguma forma, deverá ser reparado.

A providência divina disporá a melhor forma de ressarcimento daquele débito. Seja pela oportunidade de o culpado devolver a oportunidade da vida, recebendo-o aos seus cuidados em vida futura. Seja pela dedicação ao trabalho de salvar vidas em profissão humanitária ou em oportunidade equivalente.

Deus em sua misericórdia perdoará a nossa maldade e o mau uso que fizemos do nosso livre arbítrio, se e quanto estivermos arrependidos, agora ou no futuro, mas não nos eximirá de reparar os danos espirituais causados. Tudo será cobrado “até o último ceitil”.

Esse arrependimento poderá advir da dor e do sofrimento, mas um dia virá. Por isso nos ensinou Jesus a que façamos as pazes com os nossos inimigos enquanto estamos a caminho.

O perdão divino será obtido na exata medida do nosso arrependimento e diante da sincera intenção de compensar os danos causados.

Misericórdia das misericórdias, vem em nosso socorro o que nos ensina a Doutrina Espírita sobre a multiplicidade de nossas vidas sobre a Terra, mercê da graça divina:


MUITAS VIDAS... MUITAS OPORTUNIDADES...
PARA SALDAR NOSSOS DÉBITOS ACUMULADOS.



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domingo, 26 de junho de 2011

GUARDA-ME


GUARDA-ME


Guarda-me, ó Deus, porque em ti confio.

Tu és o meu Senhor:
A porção da minha herança,
O meu cálice,
O arrimo da minha sorte.

Bendigo ao Senhor que me aconselha
E até durante a noite me ensina.

Na tua presença,
O meu espírito exulta,
Alegra-se o meu coração.

Não deixarás a minha alma na morte,
Não permitirás que o teu santo veja corrupção.

Tu me farás ver os caminhos da vida,
Na tua presença há plenitude de alegria,
Ao teu lado, delícias, perpetuamente.


(Texto baseado no Salmo 16)




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quinta-feira, 23 de junho de 2011

É MAIS FÁCIL NÃO SER ESPÍRITA



É muito mais fácil dedicar-se a qualquer religião cristã do que adotar os ensinamentos do Espiritismo.

Enquanto o Espiritismo enfatiza a necessidade da reforma íntima do ser, as religiões pregam o “aceitar Jesus” como o essencial para a salvação. E falam assim de uma forma pela qual os que não aderem aos seus propósitos estariam, fatalmente, contra os ensinamentos de Jesus.

Enquanto o Espiritismo diz que você é responsável pelos seus atos e terá que responder por eles, inclusive, reparando o mal causado, as religiões oferecem o perdão de Jesus, apenas e tão somente, para alcançar a graça dos céus. Tudo perdoado. Tudo resolvido. Se você pecar novamente, Jesus perdoa novamente e, assim, pela vida afora.

Enquanto as religiões só apresentam perdão o Espiritismo apresenta as contas a pagar, os débitos por solver.

Venho de família presbiteriana e até à mocidade caminhei com os evangélicos. Em cinco anos de colégio interno tive que praticar o catolicismo adotado pela instituição.

Ambas as experiências foram muito boas porque por esse caminho comecei a confrontar as ideias religiosas. Tornei-me Espírita apenas depois de adulto, já bem avançado em idade.

Na igreja evangélica aprendi a valorizar a oração expressa com as palavras saídas da mente e do coração. Também aprendi belos hinos de louvor a Deus. Na igreja católica, aprendi a reverenciar aqueles que dedicaram suas vidas à religião e mereceram o nome de “santos”, os quais são exemplos, referências e protetores.

Mas, nessas religiões encontrei muitos mistérios, os quais servem de defesa à livre indagação, não podendo ser desafiados como dogmas impostos em nome da fé.

No Espiritismo não encontrei mistérios, encontrei apenas explicações para todas as questões da fé e da espiritualidade. Inclusive as questões que trouxe comigo das práticas religiosas que mencionei:

Por que nascem pessoas defeituosas, sem órgãos vitais ou sem nenhum entendimento?

Para onde vai a criança que morre antes de defrontar-se com a maldade e o pecado. iria para céu sem nenhum merecimento, ou melhor, sem o esforço de confrontar as tentações?

Por que nascem tantas almas se a maioria não alcançará a graça de ir para o céu e, ainda, se chegam ao mundo totalmente despreparadas para enfrentar um inimigo poderoso e ardiloso, mestre na arte de tentar o pobre ser humano, como é o “diabo”? Não seria melhor não criá-las e evitar tanto sofrimento?

E, quem criou o diabo?

Se foi Deus quem o criou, por que Ele não foi sábio o suficiente para não criá-lo, ou mesmo para saber, no momento de criá-lo, que aquele anjo tão poderoso depois se rebelaria?

Por que Deus não dispõe de poder para extinguir o diabo?

Não seria mais fácil extinguir o diabo e salvar bilhões de almas?

Por que as pessoas que só dispõem dos poucos anos de uma vida para viver e, se errarem, sofrerão penas por toda a eternidade? Não parece desproporcional, muito castigo para pouco pecado?

Por que encontramos corpos de pessoas e de animais pré-históricos, com milhares ou milhões de anos, portanto, anteriores ao surgimento de Adão sobre a face da Terra, tempo que a história e a Bíblia situam em, apenas, 5.800/6.000 anos dos nossos dias?

É aí que está a diferença. Enquanto as religiões têm o mistério para oferecer

O ESPIRITISMO TEM RESPOSTAS LÓGICAS

PARA TODAS AS QUESTÕES.





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quarta-feira, 22 de junho de 2011

AMOR UBUNTU

Muita coisa boa circula pela Internet. Hoje, mais uma vez, recolho entre os meus e-mails recebidos uma mensagem que julguei interessante republicar aqui, embora muitos já devam conhecer. Recebi de minha irmã Edir Eler Pereira e transcrevo sem modificações:



  

 UBUNTU
A jornalista e filósofa Lia Diskin, no Festival Mundial da Paz, em Floripa (2006), nos presenteou com um caso de uma tribo na África chamada Ubuntu.


Ela  contou que um antropólogo estava estudando os usos e costumes da tribo e, quando  terminou seu trabalho, teve que esperar pelo transporte que o levaria até o aeroporto de volta pra casa. Sobrava muito tempo, mas ele não queria catequizar os membros da tribo; então, propôs uma brincadeira pras crianças, que achou ser inofensiva.

Comprou uma porção de doces e guloseimas na cidade, botou tudo num cesto bem bonito com laço de fita e tudo e colocou debaixo de uma árvore. Aí ele  chamou as crianças e combinou que quando ele dissesse "já!", elas deveriam sair correndo até o cesto, e a que chegasse primeiro ganharia todos os doces que estavam lá dentro.

As crianças se posicionaram na linha demarcatória que ele desenhou no chão e esperaram pelo sinal combinado. Quando ele disse "Já!", instantaneamente todas   as crianças se deram as mãos e saíram correndo em direção à árvore com o cesto. Chegando lá, começaram a distribuir os doces entre si e a comerem felizes.

O antropólogo foi ao encontro delas e perguntou porque elas tinham ido todas juntas se uma só poderia ficar com tudo que havia no cesto e, assim, ganhar muito mais doces.

Elas simplesmente responderam: "Ubuntu, tio. Como uma de nós  poderia ficar feliz se todas as outras estivessem tristes?"

Ele ficou desconcertado! Meses e meses trabalhando nisso, estudando a tribo, e ainda  não havia compreendido, de verdade,a essência daquele povo. Ou jamais teria proposto uma competição, certo?

Ubuntu significa: 


"Sou quem sou, porque somos todos nós!" 


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QUEM CANTA ESTÁ FELIZ


Eu devo ter nascido com trilha sonora, faltava apenas aprendê-la. Gosto muito de cantar, ou melhor, de cantarolar. Se não estou cantando estou assobiando baixinho as minhas músicas prediletas.

Sei muita música de cor, das antigas, da “era do rádio”. Na atualidade, a concorrência  com a televisão e o cinema diminuiu o espaço ocupado pelo rádio na vida e costumes das pessoas. Hoje se aprende muito menos letras do que nos meus tempo de rapaz. Lembro-me de que todos queríamos saber as músicas de cor. Havia revistas nas bancas de jornais dedicadas, exclusivamente, a divulgar as letras das músicas em lançamento.

Tal era a importância da composição que alguns autores eram mais festejados que os próprios cantores. Quase nunca eram os próprios autores que interpretavam suas músicas. Velhos tempos... Velhos dias..., como está dito na canção do Roberto Carlos.

Saudosismos à parte, quero falar hoje da música gospel, a música dedicada ou que aborda o tema religioso com finalidade séria.

Entre hinos e canções, constata-se que a música gospel vive um grande momento criativo. Transformou-se num verdadeiro filão da atividade comercial, como diriam os  economistas.

Novos cantores e novas bandas surgem a toda hora  para incrementar essa tendência musical que que já conquistou o seu espaço no gosto popular. Até artistas já consagrados são atraídos para o gospel e gravam músicas com o conteúdo espiritualista.

Pessoalmente, acho isso muito bom. Padres, Pastores e outros religiosos gravam suas músicas e partem também para os shows populares, mesmo em palcos não religiosos.

Também o gospel espírita tem se expandido e produz expressivas coleções da nossa música, antes restritas, apenas, aos momentos evocativos. Entre outros cantores que gravam a música de conteúdo espírita, ressalto o trabalho de Nando Cordel que, mesmo à música popular, incorpora os fundamentos da nossa Doutrina.

Eu sou entusiasta das músicas religiosas. Além do louvor propriamente dito, os cânticos harmonizam os recintos consagrados aos trabalhos espirituais. Chego a pensar que a música é a própria linguagem de Deus.

Uma senhora, assídua às reuniões, me disse, certa vez, ser totalmente contra cantar hinos durante os nossos trabalhos. Alegou, naquela oportunidade, que os cânticos seriam mais próprios para as religiões evangélicas.

Com todo respeito àquela opinião, manifestei a minha posição favorável à música religiosa durante os cultos, dizendo-lhe que quem canta um hino, com o sentimento que as palavras expressam, está louvando a Deus. Está ajudando os Mentores Espirituais a santificar os momentos do culto e ajudando na limpeza e remoção das energias negativas trazidas por Espíritos-irmãos, ainda sem luz, os quais comparecem às reuniões para aprender ou para receber o tratamento espiritual de que carecem.

Os cânticos religiosos são orações ditas com música. Essas preces cantadas colocam nossas almas na sintonia do amor universal, fazendo-nos sentir mais próximos dos lares celestes que queremos e esperamos habitar.

Nunca soube se aquela senhora passou a gostar dos cânticos nas reuniões espíritas. Sei que eu amo cantar e fico feliz quando posso louvar a Deus, na companhia fraterna dos que seguem ao meu lado, trilhando a mesma senda da fé.

Quem canta nunca está infeliz !


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