Eu devo ter nascido com trilha sonora, faltava apenas aprendê-la. Gosto muito de cantar, ou melhor, de cantarolar. Se não estou cantando estou assobiando baixinho as minhas músicas prediletas.
Sei muita música de cor, das antigas, da “era do rádio”. Na atualidade, a concorrência com a televisão e o cinema diminuiu o espaço ocupado pelo rádio na vida e costumes das pessoas. Hoje se aprende muito menos letras do que nos meus tempo de rapaz. Lembro-me de que todos queríamos saber as músicas de cor. Havia revistas nas bancas de jornais dedicadas, exclusivamente, a divulgar as letras das músicas em lançamento.
Tal era a importância da composição que alguns autores eram mais festejados que os próprios cantores. Quase nunca eram os próprios autores que interpretavam suas músicas. Velhos tempos... Velhos dias..., como está dito na canção do Roberto Carlos.
Saudosismos à parte, quero falar hoje da música gospel, a música dedicada ou que aborda o tema religioso com finalidade séria.
Entre hinos e canções, constata-se que a música gospel vive um grande momento criativo. Transformou-se num verdadeiro filão da atividade comercial, como diriam os economistas.
Novos cantores e novas bandas surgem a toda hora para incrementar essa tendência musical que que já conquistou o seu espaço no gosto popular. Até artistas já consagrados são atraídos para o gospel e gravam músicas com o conteúdo espiritualista.
Pessoalmente, acho isso muito bom. Padres, Pastores e outros religiosos gravam suas músicas e partem também para os shows populares, mesmo em palcos não religiosos.
Também o gospel espírita tem se expandido e produz expressivas coleções da nossa música, antes restritas, apenas, aos momentos evocativos. Entre outros cantores que gravam a música de conteúdo espírita, ressalto o trabalho de Nando Cordel que, mesmo à música popular, incorpora os fundamentos da nossa Doutrina.
Eu sou entusiasta das músicas religiosas. Além do louvor propriamente dito, os cânticos harmonizam os recintos consagrados aos trabalhos espirituais. Chego a pensar que a música é a própria linguagem de Deus.
Uma senhora, assídua às reuniões, me disse, certa vez, ser totalmente contra cantar hinos durante os nossos trabalhos. Alegou, naquela oportunidade, que os cânticos seriam mais próprios para as religiões evangélicas.
Com todo respeito àquela opinião, manifestei a minha posição favorável à música religiosa durante os cultos, dizendo-lhe que quem canta um hino, com o sentimento que as palavras expressam, está louvando a Deus. Está ajudando os Mentores Espirituais a santificar os momentos do culto e ajudando na limpeza e remoção das energias negativas trazidas por Espíritos-irmãos, ainda sem luz, os quais comparecem às reuniões para aprender ou para receber o tratamento espiritual de que carecem.
Os cânticos religiosos são orações ditas com música. Essas preces cantadas colocam nossas almas na sintonia do amor universal, fazendo-nos sentir mais próximos dos lares celestes que queremos e esperamos habitar.
Nunca soube se aquela senhora passou a gostar dos cânticos nas reuniões espíritas. Sei que eu amo cantar e fico feliz quando posso louvar a Deus, na companhia fraterna dos que seguem ao meu lado, trilhando a mesma senda da fé.
Quem canta nunca está infeliz !
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