O Deus assemelhado à figura humana - um velho senhor de barbas e cabelos brancos, ora figurando um ser poderoso, ora um juiz, ora um profeta, ora um pastor amoroso e até, por vezes, um senhor rígido, cruel e vingativo - não passa de figuração da mente infantil da humanidade, sempre requerendo uma imagem ou um desenho para reter e fixar idéias.
Essa figuração surge com a lenda da criação, no Jardim do Éden, e continua com a intervenção dos muitos espíritos que deixaram suas marcas no Velho Testamento, presentes na trajetória e saga dos Judeus, desde a vida de Adão e Eva até aos tempos da encarnação do Mestre Jesus.
De fato, o Deus Guerreiro e vingativo do Velho Testamento assemelha-se a um homem poderoso, seletivo e ciumento, pois que escolheu a um povo para proteger e guiar, a ele admitindo o massacre e a conquista dos outros povos, aceita, inclusive, a escravidão dos vencidos, como era de costume nessas eras passadas.
É certo que tais escolha e rejeição se modificam no relato do Novo Testamento, quando surge a Doutrina Cristã que adota o amor Universal de Deus, essa mais condizente a um Deus Único e Bom. Entretanto, não houve mudança suficiente para impedir as guerras que se seguiram, agora por inspiração humana, aonde se ergueu o estandarte da fé como justificativa para matar e perseguir pessoas ou povos, tudo em nome de Deus.
Ninguém viu a Deus!
Deus é Espírito!
Essas duas afirmações estão no texto bíblico, fonte aceita entre nós para as referências religiosas, principalmente, quando referidas nas letras do Novo Testamento, escrito a partir da vinda de Jesus. A primeira expressão pode ser lida ou deduzida nos textos de João 1:18, 6:46 e 1a.Epístola de João 4:12. A segunda afirmação é do próprio Mestre Jesus e está contida no Evangelho de João, capítulo 4, verso 24.
Forçoso é admitir Deus somente na forma que ensinou Jesus, como Espírito - Energia ou Luz - convicção a que se chega, apenas, pela própria fé.
A fé, por sua vez, é convicção própria, portanto, não pode ser imposta a ninguém, principalmente àqueles que desejam provas. Entretanto, ter Deus como o Princípio Inteligente que criou e rege esse Universo, igualmente inteligente, não é exatamente "forçar a barra", posto que se algo inteligente existe, deve ter emanado de um princípio igualmente inteligente.
Fico melhor situado, nesse entendimento, quando submeto minha fé ao raciocínio da lógica e da razão. Se a religiosidade não pode prescindir da fé, esta deve caminhar par a par com a ciência e o conhecimento humano, dele excluídos o fanatismo e o misticismo, que se afastam da Ciência.
De que me adiantaria aceitar uma Criação, datada de 6 mil anos, quando a ciência comprova a idade desse Universo, como o percebemos, em mais de 10 bilhões de anos? Se há pistas tão evidentes e calculáveis, por que se presta a religiosidade em negá-las ou tentar esconde-las?
Eu me vejo como uma emanação do Princípio inteligente, que já estagiou nas diversas formas da natureza - mineral, vegetal e animal - e que, dentro dessa evolução, em algum momento, tomou consciência da sua individualidade e passou a expressar-se como um ser único, agora passível de habitar o corpo humano, retirado da natureza, pois que nela também evoluiu, sem milagres, apenas refletindo a vida em crescimento e organização.
Nesse entender, aceito que a alma foi criada simples e ignorante de ciência e que tem por sina evoluir em saber e virtudes, inclusive, incorporada aos corpos físicos que a habilitam a expressar-se o seu livre arbítrio, nesse constante caminhar para a angelitude.
A lei é:
VIVER - APRENDER - EVOLUIR
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