Arte Peregrina, no Caminho de Santiago. |
Ele ama a vida e a liberdade. O amor das pessoas apenas o prende para poder voltar e para saber que suas raízes estão fincadas no lugar aonde, por primeira vez, plantou o amor.
O peregrino ama o pôr do sol ao igual que ama o amanhecer, que lhe oferece um novo dia e um novo caminho, por caminhar.
Ele ama as pessoas que ficam, as pessoas que já se foram e as pessoas que com ele caminham.
O peregrino é uma porção de amor que perambula pelo mundo, enquanto permite que sua alma, igualmente, ande, distraída, entre as estrelas e os sonhos.
Ele não questiona a vida, nem os bens que possui ou os bens que os outros possuem. Ele entende apenas de possuir amor, solidariedade e sonhos de saber, de ver e de conquistar, no que no coração couber e puder levar.
Se algo lhe oferecem, este será sempre o melhor de todos os presentes: um copo de água, um bastão, uma flor, um pão, tudo, para ele, representa apenas solidariedade e amor.
As almas que com ele caminham, são presentes de Deus para que não caminhe, sozinho. No calor do amor que lhe dão, nunca lhe tocará o frio da solidão.
Só quem sentiu o cheiro do mato e a poeira da estrada, só quem lavou os pés doloridos nas águas dos mansos regatos, só quem cheirou a flor do campo que floresceu à margem do caminho, saberá sentir o amor e a beleza da natureza que palpita, ainda mais forte, nos sonhos dos que que caminham. No sonho de cada coração peregrino!
O caminho não é apenas o caminho, o caminho é a vida que se espraia, que indaga e que desafia. O caminho é a felicidade de viver e a liberdade de querer entender o destino de ser e o significado do viver.
O caminho é feito pelos pés do peregrino.
As pegadas que ficaram pelo caminho, serão novos caminhos, em novo amanhecer. Também serão as provas de que por ali passaram pés cansados mas, também, ousados, que teimaram em pensar e desvendar a arte de bem viver.
Quem caminha pensa e, pensando, se aquieta. Percebe que, na vida, todos somos peregrinos, passantes, pequeninos grãos de areia, quase nem percebidos nessa imensidão do existir.
O peregrino persegue o sonho, ainda que, no fim, conclua, que a vida é sempre um sonho, que está sendo sonhado e, ainda, por sonhar.
A felicidade não está no fim do caminho, está no caminho que se faz ao caminhar.
Deixo o meu abraço aos peregrinos que já descobriram que o infinito é mais bonito...
Para quem aprendeu a CAMINHAR.
Euleir Eller
Fortaleza-2012
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