Reconheço que as nossas vidas, todas, têm uma finalidade e uma programação inicial - uma previsão de oportunidades para a evolução do Espírito.
Não somos produto do acaso e nem sujeitos ao acaso da uma existência de fatos fortuitos. É sob esse ponto de vista, que aceito que todos nós temos uma missão para a vida presente, uma finalidade.
Quando digo uma missão, não estou referindo a uma missão de porte e de muita significação para a humanidade. Refiro-me mais ao plano subjetivo de cada alma. Ainda assim, retifico para dizer que essa missão, além de individual e subjetiva, é apenas uma prévia programação que envolve as injunções da vida presente sem, todavia, limitar de nenhuma forma o livre arbítrio, como a clara condição de liberdade e autonomia do espírito de a seguir ou não.
Nem sempre temos consciência clara dessa nossa missão, Ela pode dizer respeito, apenas, à formação de nossa família com o qual vamos saldar débitos e retificar condutas do passado, além do fato de devolver vidas que possamos ter destruído ou prejudicado seriamente.
Podemos ter uma missão profissional de exercer uma carreira que conduza a conhecimentos e, também, a reparações, principalmente, quando voltada para o grupamento social, em serviços, ensino ou conscientização das pessoas quanto aos aspectos do bem viver as suas vidas. Do mesmo nível seria a missão de exemplificação de vida pelo amor, pela caridade e pela disseminação dos bons costumes na atuação social.
Não importa se a nossa missão é banal ou superlativa, ela é o que necessitamos fazer ou aprender em uma vida terrestre.
A ninguém estará acometida uma missão superior às suas forças, do contrário seria submeter o espírito à falência e ao desperdício de uma vida. Aqui me lembro do ensino bíblico do Rei Salomão, ao afirmar: "O que vier às suas mãos para fazer, faze-o, conforme as suas forças".
O não cumprimento da missão desta vida não acarreta nenhuma reprimenda ou culpa ao Espírito, salvo a de que ele continuará necessitando do aprendizado ou resgate que essa missão lhe proporcionaria. Terá um motivo de desapontamento quando voltar ao "lar" de onde partiu para essa vida terrestre. Falhar nos propósitos programados é um fato desagradável e, mais o será, sabendo-se que todas as condições foram arregimentadas para o sucesso daquela empreitada.
Eu não me reconheço nenhuma missão específica a não ser a mais natural, talvez, de arregimentar uma família para recompor laços de amor e de marchar juntos - o grupamento familiar - para o progresso de todos, na expressão da bom caráter e da dinâmica do bem. Até pelos laços do Espiritismo, que tanto prezo, não me vejo dotado de "dons" ou capacidade de qualquer espécie. Ressalto apenas o desejo e boa vontade que nutro pela divulgação da Doutrina, a nível do conhecimento que proporciona.
Enfim, como sempre enfatizo, "a nossa missão é a de viver bem e com responsabilidade". A vida se encarregará de oferecer as oportunidades de realização dos objetivos de cada um.
O que me motivou a escrever esse texto foi estar ouvindo uma música executada por um senhor Itamar, também designado como o Guarani da Viola, postado ele sobre uma embarcação fluvial que navegava num rio do Oeste Brasileiro. Não é a dele uma bela e nobre missão, qual seja a de proporcionar lazer e alegria, através da música?
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